O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira, 13, que a “política não pode estar dentro do quartel”. Ao fazer o comentário, Mourão concordou com a visão do comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, para quem as Forças Armadas não têm interesse em se envolver com a atividade política partidária.
“Política não pode estar dentro do quartel. Se entra política pela porta da frente, a disciplina e a hierarquia saem pela dos fundos. O comandante do Exército coloca claramente o que é a nossa posição”, destacou Mourão. Segundo ele, as Forças Armadas sofreram, antes de 1964, com uma politização “que só serviu para causar divisão”.
Em participação online durante evento do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa, na quinta-feira, 11, Pujol afirmou que, nos últimos dois anos, o Ministério da Defesa e as Forças Armadas se preocuparam exclusivamente com assunto militares. “Não queremos fazer parte da política governamental ou do Congresso Nacional e muito menos queremos que a política entre em nossos quartéis”, disse ele.
Nesta sexta, ao se referir à declaração do comandante do Exército, Mourão lembrou que “os próprios regulamentos dizem que ao militar é vedado participar de eventos políticos partidários”. O vice justificou dizendo que “a política tem paixões”, que podem levar a debates que causam divisões. As restrições ao envolvimento com a política valem, na visão de Mourão – que é general do Exército reformado – para militares da ativa.
“O problema é o seguinte: nós, que somos da reserva, é uma outra situação. Os militares da ativa, esses realmente não podem estar participando disso”, argumentou o vice, ao responder sobre a capacidade do cidadão de dissociar as Forças Armadas do governo, uma vez que militares ocupam cargos de ministros e de segundo escalão. “A nossa legislação foi mudada, no período de 64, porque exatamente o camarada era eleito, participava de processo eleitoral, e depois voltava pra dentro do quartel. Então, isso não era salutar”, avaliou.
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