O desembargador Kássio Nunes Marques, indicado nesta semana pelo presidente Jair Bolsonaro para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), participou na noite deste sábado, 3, de um encontro na residência do ministro do STF, Dias Toffoli, que reuniu Bolsonaro e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Bolsonaro chegou por volta das 18h50, pouco antes do início do jogo entre Palmeiras e Ceará pelo Campeonato Brasileiro, e deixou o local cerca de três horas depois, sem falar com a imprensa. Segundo a assessoria de Alcolumbre, a motivação do encontro foi assistir ao jogo do time do qual Bolsonaro é torcedor, o Palmeiras. Os convidados foram servidos de pizza.
Ao também deixar a residência de Toffoli, Alcolumbre confirmou que na próxima terça-feira, 6, será definido, em reunião de líderes, o calendário de tramitação da indicação de Kássio Marques ao STF. Conforme noticiou o Broadcast/Estadão, o presidente do Senado quer fazer a sabatina do desembargador a partir do dia 15.
A indicação do nome de Kássio Marques para a vaga do decano Celso de Mello, que irá se aposentar no dia 13 de outubro, gerou críticas de setores que apoiam o presidente como militares e evangélicos, que disseram, nos bastidores, estarem desapontados com a escolha do nome.
Após o anúncio da indicação, a militância digital também tratou de resumir o sentimento colocando a palavra “decepção” entre os assuntos mais comentados no Twitter. O principal incômodo na base é que Kássio Marques agrada ao Congresso e a membros do STF, com quem há pouco tempo o governo e a militância trocavam farpas.
Alcolumbre se colocou como principal articulador para aprovar o nome escolhido por Bolsonaro. Para que a indicação seja aprovada pelo Senado, são necessários 41 votos dos 81 senadores.
Conforme noticiou o Estadão, apoiadores também fizeram chegar ao WhatsApp presidencial informações que, na visão deles, depunham contra o desembargador. O presidente Bolsonaro aproveitou a tradicional live nas redes sociais na última quinta-feira, 1º, para rebater ponto a ponto as críticas feitas a Marques, como o fato de, em uma decisão, ter liberado a compra de lagostas e vinhos premiados no Supremo e pelo voto que impediu a deportação do italiano Cesare Battisti, em 2015.
“O desembargador Kássio apanha pela questão do cardápio. Sobre o Battisti mandei averiguar qual foi a participação dele nesse caso. É impressionante como esculhambam com as pessoas sem comprovação de nada. Quem decidiu foi o STF, não foi ninguém do TRF1”, afirmou Bolsonaro na Live.
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