O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, classificou nesta quinta, 18, como uma "bobagem" o pedido de impeachment protocolado pelo deputado Marco Feliciano (Podemos-SP), que o acusa de conspirar contra o presidente Jair Bolsonaro.
"Se prosperar, eu volto para a praia", disse Mourão, na saída da vice-presidência da República.
- Foto: Nilton Fukuda/Estadão ConteúdoHamilton Mourão
O deputado e vice-líder do governo alega, entre outros motivos, que Mourão endossou uma postagem crítica a Bolsonaro feita pela jornalista Rachel Sheherazade, do SBT. Na mensagem, curtida por Mourão, a jornalista indica que Mourão é a melhor opção para gerir o País.
1) Ontem protocolei PEDIDO DE IMPEACHMENT contra o vice-presidente Mourão. Foi um tiro de alerta! Dilma teve 19 pedidos antes do derradeiro. Espero que o @GeneralMourao tenha postura leal com o presidente @jairbolsonaro. Chega de conspiração, agora é hora de união! pic.twitter.com/w5fYNFyoL7
— Marco Feliciano (@marcofeliciano) April 17, 2019
Sob influência do professor Olavo de Carvalho, Feliciano afirma que Bolsonaro tem ciência do pedido.
STF
Mourão também afirmou nesta quinta-feira que o Judiciário deve chegar a uma solução de bom senso no caso do inquérito que apura supostas ofensas e ameaças ao Supremo Tribunal Federal e aos 11 ministros integrantes da corte.
"Não quero tecer críticas ao Judiciário. Cada um sabe onde aperta os seus calos. Eu espero que se chegue a uma solução de bom senso nisso aí. Acho que o bom senso não está prevalecendo", afirmou o vice, na entrada de seu gabinete.
Mourão também reiterou que considera um ato de censura a proibição imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, à veiculação de uma reportagem sobre o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, na revista digital Crusoé e no site O Antagonista. A reportagem relata que o presidente do STF foi identificado pelo empreiteiro Marcelo Odebrecht, em acordo de colaboração premiada, como “o amigo do amigo do meu pai”.
"Eu já declarei que considero que foi um ato de censura isso aí. Óbvio que está no seio do Judiciário, é uma decisão tomada pelo STF, e compete ao Judiciário chegar a um final disso aí tudo", disse Mourão.
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