O líder da bancada do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), disse em entrevista à Folha de São Paulo, que “ninguém aguenta mais o governo” e apontou o presidente da Câmara (DEM-RJ), como possível condutor da “inevitável travessia”.
Apesar de ser do partido de Temer, o senador bateu de frente com o presidente, além de ser um dos principais críticos da reforma trabalhista. “Querem tirar de qualquer forma o piloto porque a turbulência está cada vez mais insuportável, ninguém aguenta mais”, afirmou o senador.
Em uma das primeiras críticas a Temer, feita em abril, Renan comparou a gestão do presidente à seleção do Dunga. “Dunga foi um vencedor, não é um oportunista, é sério, foi tetracampeão e, como treinador, conquistou vários títulos. Dunga não merecia, sinceramente, essa comparação”, disse.
- Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão ConteúdoRenan Calheiros
Ao ser questionado se tem medo de ser preso, o senador afirmou que não há provas contra ele. “Eu fui citado por delatores presos que sequer me conheciam. Não há uma prova contra mim. Em função do cargo que eu representava, a chefia de um Poder, circunstancialmente passei a ser multi-investigado. Eu não temo nada. Medo só atrapalha nessas horas”, afirmou.
Renan Calheiros é alvo de mais de dez investigações e uma denúncia na Lava Jato, além de ter renunciado em 2007 ao comando do Senado sob a suspeita de ter despesas privadas bancadas pela empreiteira Mendes Júnior.
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