O ex-deputado e ex-assessor do presidente Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, permaneceu em silêncio durante o primeiro interrogatório realizado pela Polícia Federal nesta sexta-feira (09), em Brasília.
Desde sábado (03), Loures está preso previamente por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin. Em março, a PF flagrou Rocha Loures recebendo uma mala com R$ 500 mil em São Paulo, e segundo delações de executivos da JBS no âmbito da Lava Jato, seriam dinheiro de propina.
Segundo o Termo de Declarações da Polícia Federal, o ex-deputado, "por orientação da sua defesa técnica", decidiu lançar "mão do direito de permanecer em silêncio". Depois do depoimento, o advogado de Loures, Cezar Bitencourt, disse que orientou seu cliente a ficar calado. A audiência, segundo ele, durou cerca de cinco minutos.
- Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoRocha Loures
"Como a prisão foi naquele estilo de Curitiba, para forçar delação, eu orientei meu cliente a ficar em silêncio. Se ele estivesse solto, poderia, quem sabe, falar", afirmou. Ainda segundo Bitencourt, não existe nenhuma possibilidade de que Loures faça delação premiada.
O advogado esclareceu ainda que o pedido para que os cabelos de Rocha Loures não fossem raspados na prisão, partiu da defesa, e não do cliente, já que isso seria uma "medida cruel".
"Essa raspagem é uma lesão corporal. A integridade é física e psicológica, então essa é uma violência física criminosa", afirmou, ressaltando que seu cliente continua com os cabelos intocados.
De acordo com o G1, o ex-deputado ficou detido na carceragem da PF até a quarta-feira (7), quando foi transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda, também em Brasília.
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