Nesta sexta-feira (23), foi concluída pela Polícia Federal o laudo da perícia das gravações das conversas entre o empresário e dono da JBS, Joesley Batista, em um encontro não oficial com o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu, no dia 7 de março. A informação é do jornal O Estado de S.Paulo. O resultado da análise deve ser encaminhada ainda hoje ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte.
De acordo com o jornal, o laudo era a parte que faltava ao inquérito parcial enviado na última segunda-feira. Apesar de o relatório não estar completo, a PF entendeu que já há indícios de materialidade da prática de corrupção passiva pelo presidente e seu ex-assessor e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que está preso em Brasília.
- Foto: Estadão ConteúdoJoesley Batista e Michel Temer
A gravação foi entregue por Joesley como prova na delação premiada firmada com a Procuradoria-Geral da República e homologada pelo STF. Por causa do áudio, foi aberta uma investigação contra Temer por corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa, e garantiu ao empresário o perdão por todos os crimes confessados até aquele momento.
Joesley gravou Temer dando aval para comprar o silêncio do ex-deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba desde outubro de 2016 e já foi condenado a 15 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro. O executivo diz que havia “zerado as pendências” e que estava “de bem” com Cunha. Temer, então, responde: “É, tem que manter isso, viu?”, que está preso em Brasília. Cunha afirmou através de uma carta que o seu silêncio nunca esteve à venda.
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