Neste final de semana, a revista Veja publicou uma matéria onde afirma que o presidente Michel Temer pediu à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para investigar o ministro Edson Fachin, relator no STF de todos os processos relativos à Lava Jato.
A intenção de Temer era saber se o ministro teria recebido favores do grupo JBS no período em que buscava votos no Senado para aprovar a indicação dele ao Supremo. Essa informação deixou o clima entre os poderes Executivo e Judiciário mais tenso.
Segundo o blog da jornalista Cristiana Lôbo, no G1, na noite da última sexta-feira (09) Temer divulgou nota desmentindo a informação. Ainda nesta sexta, o ministro de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, telefonou para Cármen Lúcia, presidente do STF, para negar investigação sobre o ministro Fachin.
- Foto: Dida Sampaio/ Estadão Conteúdo /Dida Sampaio/ Estadão Conteúdo Presidente Michel Temer e ministra Cármen Lúcia
Logo depois o próprio presidente Temer repetiu o telefonema, também para negar a investigação. Etchegoyen negou que o presidente tenha feito qualquer pedido para investigar Fachin. "Jamais assuntos desta natureza, ou qualquer outro assunto que não fosse alinhado ao papel institucional de Estado da Abin, me foram pedidos."
Nesse sábado (10), a ministra Carmen Lúcia divulgou nota onde disse que é “inadmissível” esse tipo de atitude contra o Supremo e que, segundo ela, iniciativas como esta são "próprias de ditaduras".
Carmen Lúcia conversou com vários colegas do STF, entre eles, o ministro Edson Fachin, sobre a necessidade de repudiar qualquer iniciativa desta natureza, antes mesmo de divulgar a nota. A ministra não submeteu o texto aos colegas, mas depois enviou cópia a cada um dos ministros do STF.
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