O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte, negou nesta quarta-feira (01), o pedido de defesa do presidente Michel Temer (PMDB) para que o depoimento à Polícia Federal fosse adiado até que se concluísse a perícia na gravação da conversa entre o peemedebista e o empresário Joesley Batista, dono da JBS.
Os advogados de defesa de Temer argumentam que a gravação foi editada. Fachin, contudo, informou que o presidente pode optar por não responder as perguntas que tratem do diálogo com Joesley. “Portanto, reconheço ao requerente o direito, se assim desejar, de não responder quaisquer das perguntas que lhes forem formuladas, sendo que essa opção não poderá ser interpretada contrariamente aos seus interesses, tampouco implicar em proibição à autoridade policial de formulá-las”, afirma o ministro do STF no despacho.
- Foto: Albery Santini/Futura Press/André Dusek/Estadão ConteúdoMichel Temer e Edson Fachin
Na petição, Temer é investigado pelos crimes de corrupção passiva, obstrução de justiça e organização criminosa. Os advogados Antonio Cláudio Mariz de Oliveira e Sérgio Eduardo de Mendonça de Alvarenga alegavam a “absoluta impossibilidade de o Presidente da República fornecer respostas enquanto não finalizada a perícia deferida como prioridade por Vossa Excelência. Especialmente, impossíveis de ser respondidos seriam eventuais quesitos que digam respeito a uma gravação que, de antemão, já se sabe fraudada!”.
Fachin pediu no despacho que a oitiva de Temer deve ser por escrito e que ele terá um prazo de 24 horas para entregar as respostas após receber as perguntas da PF, a serem enviadas também por escrito.
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