Senadores bateram boca nesta terça-feira (23) e por pouco não entraram em cofronto físico durante sessão que tratava da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A leitura do relatório chegou a ser interrompida.
A confusão começou quando Randolfe Rodrigues (Rede-AP) trocou agressões verbais com o senador tucano Ataídes Oliveira (PSDB-TO). Os dois se agrediram com xingamentos de "bandido" e "vagabundo" e precisaram ser contidos.
Mesmo com a sessão tumultuada, a reforma trabalhista avançou no Senado. Ricardo Ferraço (PSDB-ES) apresentou o relatório final da matéria, passo necessário para permitir que o texto continue avançando e chegue ao plenário.
- Foto: Confusão durante sessãoRenato Costa /Framephoto/Estadão Conteúdo
A oposição tentou impedir a leitura do relatório por meio de um requerimento apresentado à mesa diretora da comissão. Contudo, o pedido foi rejeitado em votação apertada, por 13 votos a 11.
A confusão começou quando o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) tentou subir na mesa e Fátima Bezerra (PT-RN) sentou-se para comandar a sessão.
Randolfe disse para o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) que ele "apoiava um governo corrupto" já o tucano rebateu chamando Rodrigues de "bandido", que retrucou: "me respeite, bandido é o senhor". Ataídes se irritou e partiu para cima do colega, chamando-o de "moleque" e "vagabundo".
Seguranças retiraram o senador Ataídes da sala enquanto o mesmo gritava: "Moleque! Vou te pegar lá fora".
Depois do acalourado bate-boca, senadores da oposição formaram um cordão em frente à mesa para impedir a leitura do relatório.
Relatório
A discussão entre Randolfe e Ataídes interrompeu os trabalhos na comissão e apenas senadores puderam ficar na sala. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), presidente da CAE, reabriu a sessão e deu o relatório como lido.
O senador Randolfe deixou a sala afirmando que o governo queria ler o texto "na marra" e chamou ainda a base governista de "autoritária".
Já o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), disse que a oposição não "conseguiu ganhar no voto" e, por isso, tentou "ganhar no braço".
O relatório apresentado por Ferraço menciona um "acordo institucional" com o governo para que alguns pontos sejam vetados do texto. "Concertamos junto ao Poder Executivo que alguns itens da proposta em tela devem ser vetados, podendo ser aprimorados por meio da edição de medida provisória", diz o texto.
O relator apontou ainda a necessidade de serem revistos seis pontos do texto aprovado pela Câmara dos Deputados: 1) possibilidade de gestantes e lactantes trabalharem em locais insalubres; 2) possibilidade de acordo individual para a jornada 12h X 36h; 3) criação do trabalho intermitente; 4) possibilidade de negociação do intervalo para almoço; 5) nomeação de um representante dos trabalhadores dentro das empresas; 6) revogação dos 15 minutos de descanso antes da mulher fazer hora extra.
Com o relatório dado como lido, o próximo passo é a votação na CAE. Antes de ir a plenário do Senado, última etapa da votação na Casa, o projeto precisa ser apreciado por outros dois colegiados: Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
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