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Política

Marcelo Odebrecht diz que pagou R$ 24 milhões para 4 partidos

Marcelo afirma que todos esses valores foram pagos via caixa 2. "Na época, eu não procurei saber... mas agora, na colaboração, a gente confirmou: foi tudo caixa 2", disse.

O empresário Marcelo Odebrecht, delator da operação Lava Jato, afirmou em depoimento que quatro partidos da coligação da chapa Dilma-Temer de 2014, Pros, PDT, PRB e PCdoB, receberam R$ 24 milhões da empreiteira via caixa 2.

"O total deu R$ 24 milhões [...] As notas dizem claramente qual foi o valor de cada um [...] Pro Pros 5, pro PDT, 5, pro PRB foi 5 e pro PCB, 7 [todos os valores em milhões de reais]", explicou o empresário aos procuradores.


Segundo o G1, a soma da relação de valores apresentada por Marcelo dá R$ 22 milhões, mas no depoimento nem o procurador, nem o delator citam os outros R$ 2 milhões que faltam. 

Marcelo afirma que todos esses valores foram pagos via caixa 2. "Na época, eu não procurei saber... mas agora, na colaboração, a gente confirmou: foi tudo caixa 2", disse.

  • Foto: Rodolfo Buhrer/ReutersMarcelo Odebrecht Marcelo Odebrecht

A delação de Marcelo Odebrecht está entre o material que baseou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin para abertura de inquérito que vai investigar 8 ministros, 3 governadores, 24 senadores e 39 deputados

"No fundo eu entendi o seguinte: que foi uma obrigação da candidatura Dilma de bancar um certo montante para esses partidos", afirmou Marcelo Odebrecht. De acordo com ele, alguns pedidos de doações para partidos da coligação eram tratados em reuniões com o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis, disse em seu depoimento que Guido Mantega pediu para a empresa fazer doação de caixa 2 para que partidos aderissem à coligação. Segundo ele, foram negociados entre R$ 4 milhões e R$ 7 milhões para o PCdoB, Pros, PDT, PRB e PP. Reis disse que ficou com a tarefa de convencer o PDT, por sua relação com o presidente do partido, Carlos Lupi.

Guido Mantega está na lista do Fachin e será investigado. A defesa dele afirmou que ainda não conhece os motivos para abertura do inquérito e que só vai se pronunciar quando tiver acesso ao teor da denúncia.

Outro lado

O PRB afirmou, na ocasião da divulgação do nome do presidente do partido e ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, na lista do Fachin que: “O ministro está à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos necessários, muito embora não tenha sido notificado oficialmente nem tenha conhecimento de nada daquilo que é acusado. Marcos Pereira agiu sempre dentro da lei enquanto presidente de partido, buscando doações empresariais respeitando as regras eleitorais, e esclarecerá não ter qualquer envolvimento com atitudes ilícitas”.

O PROS foi procurado e ainda não havia enviado resposta até a última atualização da reportagem. A assessoria de imprensa do PCdoB não atendeu às ligações.

O PDT divulgou uma nota na qual afirma que "ônus da prova cabe ao acusador" e que "irá agir no âmbito da Justiça e tomar as medidas necessárias para que o delator comprove o que afirmou". Veja nota na íntegra:

Em primeiro lugar é importante esclarecer que o ônus da prova cabe ao acusador;

O PDT foi o primeiro partido político que declarou oficialmente apoio à chapa de Dilma Roussef. Foi no dia 10 de junho de 2014, quando a então candidata Dilma Roussef foi ao partido em ato público amplamente divulgado pela imprensa. Isso já comprova, diante das datas apresentadas pelo delator, que o anúncio aconteceu meses antes do suposto pagamento.

O PDT irá agir no âmbito da Justiça e tomar as medidas necessárias para que o delator comprove o que afirmou. Para nós está clara a tentativa de ganhar algum tipo de benefício contra seus crimes, inventando calúnias contra o PDT.

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