A Veja divulgou nessa sexta-feira (06) um áudio de uma conversa entre o empresário Joesley Batista, da JBS, e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Marcos Pereira, em um acerto para pagamento de propina.
Esse áudio foi apresentado para o Ministério Público Federal e mostra o ministro Marcos Pereira tratando sobre pagamentos. Segundo Joesley, foi feito um pagamento de R$ 6 milhões em propina ao ministro. Na gravação eles afirmam que se encontraram cinco vezes e fazem uma contagem sobre os pagamentos.
Na ocasião Joesley já estava colhendo informações sobre pagamentos de propina para políticos. Na conversa o empresário questiona sobre os pagamentos.“ Eu não lembro mais a conta”, provoca. O ministro responde: “Meia cinco zero”. Marcos Pereira ressalta que já haviam se reunido cinco vezes. Joesley faz as contas: “Uma… Cinco e quinhentos… Cinco vezes cinco… Cinco de quinhentos dá… Dois e quinhentos, tá”, diz Joesley, que continua somando: “Mais uma, dá mais quinhentos (…) “Três e seiscentos e cinquenta. Três seiscentos e cinquenta”.
- Foto: Ascom/DivulgaçãoMarcos Pereira
O empresário então pede que o ministro inclua em suas anotações o valor do pagamento daquele dia: “Então, anota aí… Mais seiscentos e vinte”. O ministro concorda com os cálculos: “Seis, é isso aí… É isso aí”. Marcos Pereira tenta não citar a palavra dinheiro durante a gravação, mas Joesley faz o possível para deixar claro que se trata de pagamento de propina.
“Seiscentos e vinte pessoas”, diz o ministro. Joesley então diz a palavra “saldo”: “Três, três seiscentos e cinquenta… Mais seiscentos e vinte… Quatro duzentos e setenta”, diz Joesley. “Menos seis, dá quanto? O saldo. Um setecentos e trinta. Divide por três aí. Dividido por três… Um setecentos e trinta dividido por três”, continua Joesley. O empresário comemora: “Mais umas três vezes nós mata essa p. (se referindo à propina)!”.
Joesley ainda pergunta ao ministro se o “menino” da Caixa está firme. “O Antonio Carlos… Ele é bom, né?”, diz Joesley, fazendo referência ao vice-presidente do banco, Antonio Carlos Ferreira. “Mantivemos ele (…) Brigamos muito, né? Foi uma queda de braço com seu amigo baiano”, diz Marcos Pereira, sem esclarecer quem seria o amigo baiano.
O pagamento foi para o empresário conseguir R$ 2,7 bilhões na Caixa Econômica Federal, na ocasião Dilma Rousseff era a presidente. Ele alegou que foi procurado pelo então vice-presidente da Caixa, Antônio Carlos Ferreira, que havia sido indicado pelo PRB ao cargo, onde foi orientado para tratar com Marcos Pereira sobre o empréstimo. O empréstimo foi de R$ 2,7 bilhões e foi liberado após o pastor Marcos Pereira receber os R$ 6 milhões, que foram pagos parcelados.
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