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Política

Regina Sousa exalta Dilma Rousseff e alfineta Temer e Cunha

Na avaliação de Regina Sousa, o processo de impeachment é resultado, também, de um pensamento esquerdista e machista.

A senadora piauiense Regina Sousa (PT) usou seu tempo de pergunta à Dilma Rousseff, na sessão de julgamento do impeachment, para exaltar a história da presidente afastada e alfinetar opositores políticos como Michel Temer (PMDB) e Eduardo Cunha (PMDB). Com um discurso ferrenho, a senadora criticou o ex-presidente da Câmara dos Deputados e o posicionamento de alguns meios de comunicação.

A fala de Regina Sousa foi iniciada com uma acusação direta ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB). “A senhora é vítima de Eduardo Cunha por não ceder às chantagens, aliás, a senhora está sendo julgada pelo que não fez, porque se estivesse cedido não estaria aqui e Cunha será premiado com um mandato pelo papel que desempenhou na farsa”, disse a senadora.


  • Foto: Tv SenadoRegina SousaRegina Sousa

 A cobertura dada pelos meios de comunicação ao processo de impeachment também foi motivo de críticas da senadora. “A senhora é vítima de uma parcela da mídia, da grande mídia, que inflava notícias negativas contra a senhora. A Rede Globo por exemplo para novela e Jornal Nacional para transmitir ao vivo manifestações contra a senhora, agora a Rede Globo está fazendo flashs, tinha coisa mais importante a fazer, por exemplo, hoje à tarde estava ensinando a como fazer um ovo cozido”, declarou.

Por último, a senadora citou a “traição” de aliados. “A senhora é vítima da falsidade de seus aliados, que governaram com a senhora, gozavam de sua confiança, disputavam lugar nas fotografias, lhe beijava a mão quase com devoção, alguns serão seus algozes aqui, outros estão instalados confortavelmente em seus ministérios de interino. Gostaria de ouvir o que a senhora diria a eles”, disse.

Na avaliação de Regina Sousa, o processo de impeachment é resultado, também, de um pensamento esquerdista e machista. “Minha presidenta, o recado que eles estão dando nesse processo é para todas as mulheres que lutam, é o recado do machismo, do patriarcado, do colonialismo, arraigados nas mentes deste país. O que estão dizendo é o mesmo recado que deram ao longo da história a todas as mulheres que ousam, as quais sintetizo em Margarida Alves, nordestina, trabalhadora rural morta covardemente pelas balas de latifundiários. Com seu impedimento eles nos dizem: ‘mulher não pode, precisa de permissão’ ou ‘aí não é o seu lugar’. A senhora, minha presidenta, é antisinfonia do concerto da orquestra oficial, a senhora desafinou quando ousou ser presidenta da República, sendo mulher, de esquerda, militante contra a ditadura e sem marido para pousar ao seu lado nas fotografias, ainda que não belo, recatado e do lar.  A senhora não cabe no modelito da elite conservadora do nosso país”, afirmou.  

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