A Polícia Federal (PF) deve aguardar a manifestação do Supremo Tribunal Federal (STF) para decidir se abre inquérito contra o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, suspeito de pressionar o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero a burlar parecer técnico e liberar as obras de um prédio de luxo no Porto da Barra, em Salvador.
De acordo com informações de O Globo, a polícia resolveu esperar porque na representação em que pedia ao STF autorização para investigar Geddel constam acusações também contra o presidente Michel Temer e contra o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
As acusações foram formuladas por Calero em depoimento à PF. O delegado responsável pelo caso entendeu que havia indícios suficientes para pedir abertura de inquérito contra Geddel, mas não fez qualquer menção às denúncias do ex-ministro da Cultura contra Temer e Padilha.
- Foto: André Dusek/Estadão ConteúdoGeddel Vieira Lima
Em depoimento prestado à Polícia Federal, Calero acusou Temer, Padilha e Geddel de pressioná-lo a liberar as obras do La Vue, onde o ex-ministro da Secretaria de Governo seria dono de um dos apartamentos. Segundo o ministro, primeiro Geddel o exigiu a liberação das obras, mesmo contra parecer técnico do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Na reunião do Palácio do Planalto, Temer disse que "a decisão do Iphan havia criado dificuldades operacionais em seu gabinete, posto que o ministro Geddel encontrava-se bastante irritado. Padilha também teria reforçado a pressão para Calero abrir mão do processo e deixar a solução para a AGU. Temer reconheceu que conversou com o ex-ministro sobre o La Vue, mas negou que tenha pressionado Calero a liberar as obras do prédio. Geddel deixou o governo nesta sexta-feira (25).
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