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Política

TCE investiga irregularidades no Festival de Inverno de Pedro II

A Diretoria de Fiscalização da Administração Municipal entendeu que as irregularidades analisadas resultaram em dano ao erário no montante de R$ 242.137,22.

O Tribunal de Contas do Estado está investigando denúncia de possíveis irregularidades nas contratações efetuadas para realização do Festival de Inverno que aconteceu de 4 a 7 de junho pela Prefeitura Municipal de Pedro II. Neste ano a prefeitura deixou de lançar procedimento licitatório e contratou a empresa Estúdio L.A. Filmagens e Eventos LTDA-ME de forma irregular mediante contrato direto por inexigibilidade de licitação.

A Diretoria de Fiscalização da Administração Municipal - DFAM elaborou relatório apontando irregularidades referentes à contratação de equipamentos por inexigibilidade de licitação, contratação antieconômica e com possível sobrepreço, ausência de publicações e de cadastramento no Sistema Licitações Web e ao descumprimento de medida liminar.
Imagem: Lucas Dias/GP1Prefeita de Pedro II, Neuma Café(Imagem:Lucas Dias/GP1)Prefeita de Pedro II, Neuma Café
Contratação antieconômica

De acordo com a diretoria foi observado que no contrato dos três artistas nacionais (Ana Carolina, Jorge Benjor e Frejat) estava inclusa a locação de equipamentos e, consequentemente, os valores acordados englobavam estes serviços. Motivado pelas dificuldades operacionais, os equipamentos de palco, luz e som dos três dias poderiam ser os mesmos, de forma que a prefeitura poderia estar pagando 03 vezes pelo mesmo serviço.

Empresa exclusiva

Os contratos com os artistas Ana Carolina, Jorge Benjor e Frejat foram firmados com a empresa Estúdio L.A. Filmagens e Eventos LTDA-ME. A empresa seria a representante dos artistas para a apresentação musical na cidade durante a realização do XII Festival de Inverno de Pedro II, conforme os contratos entre a empresa e as empresas representantes dos artistas. Para a DFAM a empresa é apenas uma contratada como mera intermediária dos artistas, e não empresário exclusivo, a ensejar, de fato, sua contratação por inexigibilidade.

Sobrepreço

A Diretoria observou que os valores das contratações estariam acima de outros cobrados pelos mesmos artistas para apresentações em outros municípios. Após análise da defesa e da resposta aos ofícios encaminhados pelo Tribunal aos municípios de Corumbá-MS e Ipatinga-MG, a Divisão Técnica entendeu que as irregularidades analisadas resultaram em dano ao erário no montante de R$ 242.137,22 (duzentos e quarenta e dois mil, cento e trinta e sete reais e vinte e dois centavos).

Parecer do MPC

O Ministério Público de Contas, em parecer, entendeu que as irregularidades persistiram mesmo após apresentação de defesa pela prefeita Neuma Café (PT), concluindo que a Prefeitura Municipal de Pedro II incorreu em falhas que englobam a contratação irregular por inexigibilidade de licitação – em razão da inclusão de serviço de locação de equipamentos conjuntamente ao contrato dos artistas e da incorreta contratação de empresa exclusiva –, contratação com sobrepreço, ausência de publicações legais necessárias, ausência de cadastramento no Sistema Licitações Web e ausência de numeração, rubrica e pesquisa de preços nos autos do procedimento licitatório, nos termos do relatório da 1ª Divisão da Diretoria de Fiscalização da Administração Municipal – 1º DFAM. O MPC opinou, ao final, pela procedência da denúncia e conversão do processo em Tomada de Contas Especial.

Outro lado

A Prefeita de Pedro II, Neuma Café (PT), informou ao GP1, na manhã desta segunda-feira (21), que já entregou as prestações de contas do evento ao TCE e à Câmara Municipal, além disso, a prefeita informou que irá enviar à Câmara daquele município um projeto de lei que obriga que seja feita uma maior divulgação dos gastos com a realização do evento a partir da edição de 2015.
Imagem: DivulgaçãoPrestação de Contas Festival de Inverno de Pedro II(Imagem:Divulgação)Prestação de Contas Festival de Inverno de Pedro II
A prefeita ainda afirmou que o caso já foi esclarecido e que o Tribunal de Contas apurou que os cachês dos artistas estavam, na realidade, abaixo da média nacional. De acordo com a gestora, as denuncias partiram de uma empresa piauiense que não se adequou às novas exigências do Festival de Inverno.

“Os cachês estão abaixo da média, o próprio TCE apurou. O cachê dos artistas é livre dos gastos com passagens, alimentação e hospedagem. Isso se deu por conta de uma empresa do Piauí que sempre ganhava a licitação de som e palco e esse ano por ter tido exigências maiores, mais especificas e por ter sido um festival bem maior ela não pôde concorrer e fez a denuncia, mas já foi tudo esclarecido e justificado”, disse.

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