Nesta sexta-feira (11) a presidente Dilma Rousseff afirmou que a base do pedido de abertura de impeachment aceito por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, é o PSDB.
Na quinta-feira (10), após reunião da alta cúpula do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que ainda não tinha se posicionado publicamente, afirmou que há “razão consistente” para o impeachment de Dilma.
Ao ser indagada sobre o posicionamento do PSDB, Dilma disse que ninguém se surpreendeu. "Não é nenhuma novidade. Não é possível que os jornalistas aqui presentes tenham ficado surpreendidos. Aliás, a base do pedido [de impeachment] e das propostas do presidente da Câmara é o PSDB, sempre foi. Ou alguém aqui desconhece esse fato?", disse.
O ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, afirmou que desde o resultado das eleições de 2014, o PSDB tenta “construir um processo de questionamento” do resultado das urnas.
"Buscam recontagem dos votos, dizem que máquinas não funcionaram, tentam encontrar fatos para o impeachment, fazem um pedido, substituem por outro, não vejo nenhuma novidade na posição que o partido oposicionista vem tendo neste momento", afirmou.
"O que eu lamento, apenas, é que algumas pessoas que historicamente ajudaram a construir a democracia no Brasil e que têm uma biografia na luta, na defesa do estado de direito, parece que esqueceram do que defenderam no passado e agora, por questões momentâneas e episódicas, abrem mão de princípios para se somar a uma situação de busca de impeachment que não tem a menor base constitucional, não tem a menor justa causa”, disse o ministro.
Relação institucional
Durante a entrevista a presidente também foi questionada sobre a reunião que teve com o vice-presidente Michel Temer após a carta de insatisfação que ele mandou. Em nota oficial os dois afirmaram que manterão uma relação “institucional”.
Após o vazamento da carta, a presidente se defendeu durante uma entrevista no Planalto e afirmou que não desconfia dele “nem um milímetro”.
"O vice-presidente Michel Temer, presidente do PMDB, eu entendo que ele tenha considerações a respeito do PMDB. Agora, o governo não tem nenhum interesse em interferir nem no PT, nem no PMDB, nem no PR. Mas o governo vai lutar contra o impeachment", disse a presidente Dilma.
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