O deputado Jesus Rodrigues (PT) divulgou um novo artigo comentando a prisão dos condenados do mensalão após decisão do ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele afirma que Barbosa fez tudo em um momento muito oportuno e que tudo teria sido feito visando nas eleições de 2014, onde ele é um dos cotados para disputar a presidência, aparecendo várias vezes nas pesquisas.
"Para quem não lembra, marajás eram servidores públicos com injustificáveis super salários, algo inaceitável ontem e hoje também, mas que serviu como grande bandeira nacional potencializado por forte exposição na grande mídia nacional. Surgia assim um salvador da pátria. Qualquer semelhança com o Ministro Presidente do STF, Joaquim Barbosa, não é mera coincidência. Vamos aos fatos. Joaquim Barbosa surge no cenário político nacional como caçador de político corrupto. Todos sabemos que não existe figura mais condenável que político corrupto e criminoso do colarinho branco. Essa é uma bandeira muito maior e mais emblemática que caçar marajás. A exposição massiva na mídia de hoje em dia é muito maior e mais extensa que na época de Fernando Collor. Eis aí um novo salvador da pátria”, disse.
Confira o texto na íntegra:
Os traidores não serão perdoados...
...nem pelos traídos, nem pelos beneficiários da traição. Busque na história da humanidade algum traidor que tenha se dado bem. Os oportunistas também têm pernas curtas, da mesma forma que a mentira. O que falar então dos omissos? Esses também cometem pecados. Como diz a Bíblia, pecamos por ação ou por omissão.
Faço essa introdução para tratar mais uma vez da ação penal 470. Não posso e nem devo, na condição de Deputado Federal, omitir minha opinião a respeito desse assunto ou de qualquer outro que seja do interesse da sociedade. Penso que qualquer pessoa poderia se expressar sobre o assunto, em especial os que trabalham com as leis, juristas, advogados, bacharéis, em que pese o ritual de alguns não poderem vir a público, há os que não querem bater de frente com seu presidente por questões corporativas. Porém, filósofos e outros cidadãos, e não apenas jornalistas ou colunistas, em algum momento deveriam expressar suas opiniões, não apenas fugiriam do pecado da omissão como dariam uma boa contribuição para a democracia, que sempre se fortalece com o debate das diferentes opiniões.
Pela segunda vez venho a público escrevendo sobre esse tema que tem dominado a cena política já faz algum tempo. No primeiro fiz uma analogia ao dito popular que diz: "aos amigos, os benefícios da leis; aos inimigos, os rigores da lei". Entendo que a nossa Suprema Corte não deveria dar benefícios ou aplicar rigores contra nenhum cidadão. O STF - Supremo Tribunal Federal não deveria ter amigos ou inimigos. Entretanto, com o passar dos dias, com as leituras sobre o assunto, as opiniões podem mudar com os novos esclarecimentos que vão surgindo.
Juntando as peças, como se fosse um quebra-cabeças, a imagem que se forma tem semelhança com a história recente do país que foi protagonizada por Fernando Collor de Mello. Figura que surgiu no cenário político nacional como caçador de marajás. Para quem não lembra, marajás eram servidores públicos com injustificáveis super salários, algo inaceitável ontem e hoje também, mas que serviu como grande bandeira nacional potencializado por forte exposição na grande mídia nacional. Surgia assim um salvador da pátria.
Qualquer semelhança com o Ministro Presidente do STF, Joaquim Barbosa, não é mera coincidência. Vamos aos fatos. Joaquim Barbosa surge no cenário político nacional como caçador de político corrupto. Todos sabemos que não existe figura mais condenável que político corrupto e criminoso do colarinho branco. Essa é uma bandeira muito maior e mais emblemática que caçar marajás. A exposição massiva na mídia de hoje em dia é muito maior e mais extensa que na época de Fernando Collor. Eis aí um novo salvador da pátria.
Que me desculpe Collor de Mello, mas JB tem alguns encantos a mais. É negro, veio de família pobre, venceu na vida, chegou ao mais alto posto do poder judiciário, pode pegar carona na imagem de Barack Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos. E se os brasileiros elegeram a primeira mulher presidente, por que não elegeriam o primeiro negro? O cenário hoje é mais favorável a Joaquim Barbosa do que foi a Fernando Collor em seu momento. Antes de passar adiante, quero reafirmar abertamente o seu direito a uma candidatura a presidente.
Mas compreendo que Joaquim Barbosa vem cercando o caso da ação penal 470 de ineditismos nunca vistos antes na história deste país. Usar a tese o domínio do fato, convocar uma cobertura novelesca para as sessões do julgamento em período de plena campanha eleitoral, expedir mandado de prisão para quem ainda tem direito a recurso, usar o feriado simbólico da Proclamação da República para recolher de avião, em diversos estados, apenados ao regime semi aberto e colocá-los em regime fechado e quebrar o devido processo legal parece mais um conjunto de ações de marketing político do que exercício do direito.
Portanto, se toda essa exposição do julgamento da ação penal 470 está sendo tramada para a finalidade política eleitoral, Joaquim Barbosa comete o pecado da traição à Justiça. E esse é um pecado maior que o oportunismo de usar o posto para legislar em causa própria, é ser esperto contra seus pares do STF, que podem não estar percebendo a estratégia do colega Presidente, da mesma forma como, às vezes, não percebemos a artimanha de um outro companheiro de Partido. Traição à Justiça é muito mais grave porque Ela não é uma instituição ou uma pessoa, ela é um sentimento, uma referência tênue do equilíbrio entre partes. A Justiça é uma expectativa positiva para as partes, inclusive para aquelas que não estejam diretamente envolvidas. Colocar a Justiça a serviço de outra causa que não dela mesma, pode significar uma insegurança brutal na superestrutura da sociedade.
Essa novela da vida real está apenas começando. Veremos como serão escritos os próximos capítulos.
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Ele afirma que Barbosa fez tudo em um momento muito oportuno e que tudo teria sido feito visando nas eleições de 2014, onde ele é um dos cotados para disputar a presidência, aparecendo várias vezes nas pesquisas.
"Para quem não lembra, marajás eram servidores públicos com injustificáveis super salários, algo inaceitável ontem e hoje também, mas que serviu como grande bandeira nacional potencializado por forte exposição na grande mídia nacional. Surgia assim um salvador da pátria. Qualquer semelhança com o Ministro Presidente do STF, Joaquim Barbosa, não é mera coincidência. Vamos aos fatos. Joaquim Barbosa surge no cenário político nacional como caçador de político corrupto. Todos sabemos que não existe figura mais condenável que político corrupto e criminoso do colarinho branco. Essa é uma bandeira muito maior e mais emblemática que caçar marajás. A exposição massiva na mídia de hoje em dia é muito maior e mais extensa que na época de Fernando Collor. Eis aí um novo salvador da pátria”, disse.
Imagem: Francyelle Elias/ GP1Deputado federal Jesus Rodrigues
"Que me desculpe Collor de Mello, mas JB tem alguns encantos a mais. É negro, veio de família pobre, venceu na vida, chegou ao mais alto posto do poder judiciário, pode pegar carona na imagem de Barack Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos. E se os brasileiros elegeram a primeira mulher presidente, por que não elegeriam o primeiro negro? O cenário hoje é mais favorável a Joaquim Barbosa do que foi a Fernando Collor em seu momento. Antes de passar adiante, quero reafirmar abertamente o seu direito a uma candidatura a presidente", disse.Imagem: Ascom STFMinistro Joaquim Barbosa
Confira o texto na íntegra:
Os traidores não serão perdoados...
...nem pelos traídos, nem pelos beneficiários da traição. Busque na história da humanidade algum traidor que tenha se dado bem. Os oportunistas também têm pernas curtas, da mesma forma que a mentira. O que falar então dos omissos? Esses também cometem pecados. Como diz a Bíblia, pecamos por ação ou por omissão.
Faço essa introdução para tratar mais uma vez da ação penal 470. Não posso e nem devo, na condição de Deputado Federal, omitir minha opinião a respeito desse assunto ou de qualquer outro que seja do interesse da sociedade. Penso que qualquer pessoa poderia se expressar sobre o assunto, em especial os que trabalham com as leis, juristas, advogados, bacharéis, em que pese o ritual de alguns não poderem vir a público, há os que não querem bater de frente com seu presidente por questões corporativas. Porém, filósofos e outros cidadãos, e não apenas jornalistas ou colunistas, em algum momento deveriam expressar suas opiniões, não apenas fugiriam do pecado da omissão como dariam uma boa contribuição para a democracia, que sempre se fortalece com o debate das diferentes opiniões.
Pela segunda vez venho a público escrevendo sobre esse tema que tem dominado a cena política já faz algum tempo. No primeiro fiz uma analogia ao dito popular que diz: "aos amigos, os benefícios da leis; aos inimigos, os rigores da lei". Entendo que a nossa Suprema Corte não deveria dar benefícios ou aplicar rigores contra nenhum cidadão. O STF - Supremo Tribunal Federal não deveria ter amigos ou inimigos. Entretanto, com o passar dos dias, com as leituras sobre o assunto, as opiniões podem mudar com os novos esclarecimentos que vão surgindo.
Juntando as peças, como se fosse um quebra-cabeças, a imagem que se forma tem semelhança com a história recente do país que foi protagonizada por Fernando Collor de Mello. Figura que surgiu no cenário político nacional como caçador de marajás. Para quem não lembra, marajás eram servidores públicos com injustificáveis super salários, algo inaceitável ontem e hoje também, mas que serviu como grande bandeira nacional potencializado por forte exposição na grande mídia nacional. Surgia assim um salvador da pátria.
Qualquer semelhança com o Ministro Presidente do STF, Joaquim Barbosa, não é mera coincidência. Vamos aos fatos. Joaquim Barbosa surge no cenário político nacional como caçador de político corrupto. Todos sabemos que não existe figura mais condenável que político corrupto e criminoso do colarinho branco. Essa é uma bandeira muito maior e mais emblemática que caçar marajás. A exposição massiva na mídia de hoje em dia é muito maior e mais extensa que na época de Fernando Collor. Eis aí um novo salvador da pátria.
Que me desculpe Collor de Mello, mas JB tem alguns encantos a mais. É negro, veio de família pobre, venceu na vida, chegou ao mais alto posto do poder judiciário, pode pegar carona na imagem de Barack Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos. E se os brasileiros elegeram a primeira mulher presidente, por que não elegeriam o primeiro negro? O cenário hoje é mais favorável a Joaquim Barbosa do que foi a Fernando Collor em seu momento. Antes de passar adiante, quero reafirmar abertamente o seu direito a uma candidatura a presidente.
Mas compreendo que Joaquim Barbosa vem cercando o caso da ação penal 470 de ineditismos nunca vistos antes na história deste país. Usar a tese o domínio do fato, convocar uma cobertura novelesca para as sessões do julgamento em período de plena campanha eleitoral, expedir mandado de prisão para quem ainda tem direito a recurso, usar o feriado simbólico da Proclamação da República para recolher de avião, em diversos estados, apenados ao regime semi aberto e colocá-los em regime fechado e quebrar o devido processo legal parece mais um conjunto de ações de marketing político do que exercício do direito.
Portanto, se toda essa exposição do julgamento da ação penal 470 está sendo tramada para a finalidade política eleitoral, Joaquim Barbosa comete o pecado da traição à Justiça. E esse é um pecado maior que o oportunismo de usar o posto para legislar em causa própria, é ser esperto contra seus pares do STF, que podem não estar percebendo a estratégia do colega Presidente, da mesma forma como, às vezes, não percebemos a artimanha de um outro companheiro de Partido. Traição à Justiça é muito mais grave porque Ela não é uma instituição ou uma pessoa, ela é um sentimento, uma referência tênue do equilíbrio entre partes. A Justiça é uma expectativa positiva para as partes, inclusive para aquelas que não estejam diretamente envolvidas. Colocar a Justiça a serviço de outra causa que não dela mesma, pode significar uma insegurança brutal na superestrutura da sociedade.
Essa novela da vida real está apenas começando. Veremos como serão escritos os próximos capítulos.
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