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Política

Petistas tentam se explicar sobre instabilidade nos compromissos firmados dentro do partido

Os principais nomes do partido estiveram presentes e todos afinaram o discurso em defesa da postura assumida pelo PT em relação aos outros partidos.

O Partido dos Trabalhadores (PT) se reuniu na noite de ontem (quinta-feira, 28) para homologar a chapa pura para as eleições deste ano em Teresina. Wellington Dias é o candidato a prefeito e Cícero Magalhães o vice. Os principais nomes do partido estiveram presentes e todos afinaram o discurso em defesa da postura assumida pelo PT em relação aos outros partidos com os quais já teriam assumido compromisso. Ao serem indagados sobre declarações de que as decisões do partido estão sendo considerada traição, petistas tentam se explicar sobre a instabilidade dos compromissos assumidos pelo PT.

Sempre defensor declarado da candidatura própria, o deputado federal Nazareno Fonteles não escondeu o contentamento com a formalização da candidatura própria do PT para a disputa eleitoral em Teresina. Ele defendeu a decisão de Wellington Dias, mas, ao ser perguntado se o senador poderia ter evitado desgaste nas relações com os políticos e partidos da base aliada se tivesse assumido sua candidatura própria há mais tempo antes de se comprometer com outros projetos políticos, Nazareno titubeou e depois respondeu: “Se dependesse de mim.... (risos). Por mim, isso tinha sido resolvido há muito mais tempo, talvez tivesse até evitado algum descontentamento”, disse. “Eu não diria que é desgaste, eu acho que ele avaliava naquela época um quadro, mas de lá pra cá o quadro mudou, hoje tem inclusive partidos que cogitam se aliar com adversários dos últimos 8, 10 anos de luta, né? Isso deve ter preocupado o próprio Wellington ‘vixe maria, se o negócio está assim eu vou reavaliar minha posição’. Eu entendo assim”, defendeu Nazareno Fonteles.
Imagem: ReproduçãoDeputado Nazareno Fonteles(Imagem:Reprodução)Deputado Nazareno Fonteles
“Ele inclusive me dizia assim ‘em última análise se eu perceber que o partido está fragilizado, eu vou nem que a gente vá sozinho’, isso eu lembro que ele chegou a dizer pra mim pessoalmente. Eu acho que ele está cumprindo esse compromisso na hora que viu que era preciso”, completou Nazareno ao finalizar suas palavras.

Já Antônio Neto, militante conhecido por defender a ética e a moralidade na política, teceu um discurso ambíguo sobre política e moralidade. “A gente sabe que em política a gente tem que ver a concepção das questões, todo partido político tem que priorizar suas ações em cima de duas questões que considero fundamentais: a tática e a estratégia. Pra você alcançar determinados objetivos você tem que ter essa avaliação de conjuntura”, argumentou Antônio Neto. “Então eu acho que essa questão de traição, questão de palavra, essas questões todas são importantes em ser avaliadas dentro do aspecto digamos assim da moralidade, do aspecto moral, mas do ponto de vista tático, de questão partidária, eu acho que é importante o partido analisar e reavaliar as conjunturas”, argumentou paradoxalmente.
Imagem: DivulgaçãoAntônio Neto(Imagem:Divulgação)Antônio Neto

Antônio Neto defendeu que em qualquer momento o partido pode mudar de posição ao notar que a tática escolhida não surte efeito. “Se notar que está errada, equivocada, que não leva ao objetivo que quer alcançar, pode sim, e isso obviamente faz com que o partido possa rever sua posição em função de uma nova tática, de uma nova estratégia”. Para embasar sua defesa pela utilização da tática e da estratégia separadas da moralidade, Antônio Neto se utilizou de uma metáfora que dá a entender que Wellington é quem decide pelo partido, ou que a instância nacional da sigla é quem dá a palavra final, que deve ser acatada pelos militantes regionais. “Quando você entra num jogo, você entra obviamente pra ganhar, então se o técnico avalia seu time e vê que seu time está jogando de uma forma errada, cabe ao técnico, e é um direito legítimo dele, modificar as formas de jogar e procurar bons resultados, eu vejo um pouco parecido com isso”, argumentou Antônio Neto.

O petista histórico ainda arrematou com essa colocação: “Não podemos tratar essa questão eminentemente do ponto de vista moralista, senão você está transformando a política em uma coisa digamos assim moralista, imediatista, que não leva a resultados concretos”.
Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Deputado João de Deus(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Deputado João de Deus
O deputado estadual João de Deus também enfrentou com naturalidade a decisão do PT em voltar atrás após assumir compromisso em seguir com Elmano Férrer rumo à reeleição do petebista. “Eu acho que o PT, como todo partido, tem o direito de ter sua candidatura própria, afinal de contas, nós, do ponto de vista do estatuto do partido, do ponto de vista legal, estamos respeitando aquilo que está previsto na lei, então não há traição”, argumentou. “Em um primeiro momento o partido estava dividido, uma parte defendia aliança com Elmano e outra defendia candidatura própria, a parte inclusive liderada pelo senador Wellington Dias queria que fosse candidatura própria, então o melhor caminho pro PT, e hoje nós estamos comemorando isso, é a unidade do partido, e o melhor, a unidade do partido em torno da candidatura própria, e isso força de certa forma já de antemão um segundo turno”, disse o parlamentar.

João de Deus disse ainda que as críticas partem mais da oposição do que dos próprios membros do PTB. “O PSDB está muito incomodado, mais incomodado até do que o Elmano”, disparou. Ele disse ainda acreditar numa possibilidade de aliança no segundo turno. “O PTB segue com a sua candidatura e lá na frente o que tiver melhor, numa possibilidade de segundo turno, temos o espaço aí pra estar unindo os partidos da base pra lutarmos contra o PSDB. Sem dúvida nenhuma que nós vamos ter mais opção pra população e o debate será mais enriquecido ainda e a população é quem no final vai sair ganhando”, finalizou.

Ao ser indagado sobre o fato de sua decisão estar causando desconforto e desunião entre os partidos aliados, pelas decisões do PT em assumir e abandonar facilmente os compromissos políticos assumidos, o senador Wellington Dias declarou que é o contrário. “Pelo contrário, estou aqui pra unir e não pra espatifar”, disparou.
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