A Assembléia Legislativa do Piauí vai acionar o Ministério Público na tentativa de revogar a portaria nº 321, do DETRAN-PI, que fecha o credenciamento de empresas fabricantes de placas e tarjetas veiculares no Estado. A decisão deixa nas mãos de poucos empresários um mercado que deve movimentar R$ 75 milhões nos próximos 5 anos. O encaminhamento foi adotado na audiência pública realizada para debater o tema na manhã desta terça-feira (18).
A proposição foi do deputado Cícero Magalhães (PT), que resolveu acompanhar de perto a questão, depois de receber reclamações que o preço das placas quase dobrou nos últimos 12 meses. A assessoria do parlamentar apurou que, antes da portaria, o valor cobrado pelo par de placas era de R$ 80,00. O preço atual, alinhado entre as oito empresas que dominam o mercado, associadas à AFAPV - Associação dos Fabricantes de Placas Veiculares do Piauí, , é R$ 140,00. A variação máxima constatada é de R$ 1,00.
O diretor-geral do DETRAN, José Vasconcelos, negou favorecimento à AFAPV-PI e disse que os pequenos fabricantes tem espaço no mercado. Mas um microempresário da cidade de Barras provou que não é verdade. Presente na audiência, Roberto Lages, disse que recebeu o credenciamento do DETRAN, mas não consegue trabalhar porque a AFAPV não libera o material. "Pegaram toda minha documentação e nunca deram retorno. Minha estrutura está parada e eu no prejuízo" afirmou Roberto.
Outra documento apresentado por Magalhães deixa clara a conivência do Departamento de Transito com o cartel. A portaria nº 39/2012, também assinada pelo diretor-geral, estabelece tabela única de preços para os Centros de Formação de Condutores de todo Estado. Os valores variam de R$ 800,00 (valor do curso de condutor para motocicleta "A"), a R$ 1.400,00 (curso para mudança de categoria "E"). A empresa que descumpre fica sujeita a suspenção das atividades e descredenciamento.
Outro fato grave atacado na discussão foram as doações realizadas com o dinheiro recebido das placas. O DETRAN, em acordo com a ANFAPV - Associação Nacional do Fabricantes de Placas Veiculares, definiu que as empresas que exploram o serviço doariam R$ 2,00 por cada placa colocada para o Corpo de Bombeiros e para a Coordenadoria da Juventude e mais R$ 1,00 para um Comitê formado por servidores do DETRAN e da própria ANFAPV. Magalhães alertou que essa doação pode estar saindo do bolso dos consumidores. "Nada contra as instituições receberem, mas se é doação o consumidor precisar ter a opção de decidir se aceita ou não" disse o deputado.
O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB, Astrogildo Mendes, classificou como absurdos os atos da diretoria. "As intenções são até positivas, mas a forma como são implementadas não são de acordo com a constituição. Isso precisa ser revisto em curto espaço de tempo", disse o advogado.
O presidente da ANFAPV - Associação Nacional do Fabricantes de Placas Veiculares, Cláudio Martins, reconheceu que possa haver falhas no Piauí, mas justificou que as novas placas são de melhor qualidade e conferem maior segurança ao Estado e aos proprietários de veículos.
Para Magalhães o monopólio e o cartel estão caracterizados. "Vamos provocar o MP para que o DETRAN assine um TAC - Termo de Ajustamento de Conduta, suspendendo os efeitos da portaria 321 e abra a planilha de custos das placas para licitar esse que é um serviço de interesse público" finalizou Magalhães.
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Imagem: DivulgaçãoAssembléia aciona MP para acabar com cartel das placas
A proposição foi do deputado Cícero Magalhães (PT), que resolveu acompanhar de perto a questão, depois de receber reclamações que o preço das placas quase dobrou nos últimos 12 meses. A assessoria do parlamentar apurou que, antes da portaria, o valor cobrado pelo par de placas era de R$ 80,00. O preço atual, alinhado entre as oito empresas que dominam o mercado, associadas à AFAPV - Associação dos Fabricantes de Placas Veiculares do Piauí, , é R$ 140,00. A variação máxima constatada é de R$ 1,00.
O diretor-geral do DETRAN, José Vasconcelos, negou favorecimento à AFAPV-PI e disse que os pequenos fabricantes tem espaço no mercado. Mas um microempresário da cidade de Barras provou que não é verdade. Presente na audiência, Roberto Lages, disse que recebeu o credenciamento do DETRAN, mas não consegue trabalhar porque a AFAPV não libera o material. "Pegaram toda minha documentação e nunca deram retorno. Minha estrutura está parada e eu no prejuízo" afirmou Roberto.
Outra documento apresentado por Magalhães deixa clara a conivência do Departamento de Transito com o cartel. A portaria nº 39/2012, também assinada pelo diretor-geral, estabelece tabela única de preços para os Centros de Formação de Condutores de todo Estado. Os valores variam de R$ 800,00 (valor do curso de condutor para motocicleta "A"), a R$ 1.400,00 (curso para mudança de categoria "E"). A empresa que descumpre fica sujeita a suspenção das atividades e descredenciamento.
Outro fato grave atacado na discussão foram as doações realizadas com o dinheiro recebido das placas. O DETRAN, em acordo com a ANFAPV - Associação Nacional do Fabricantes de Placas Veiculares, definiu que as empresas que exploram o serviço doariam R$ 2,00 por cada placa colocada para o Corpo de Bombeiros e para a Coordenadoria da Juventude e mais R$ 1,00 para um Comitê formado por servidores do DETRAN e da própria ANFAPV. Magalhães alertou que essa doação pode estar saindo do bolso dos consumidores. "Nada contra as instituições receberem, mas se é doação o consumidor precisar ter a opção de decidir se aceita ou não" disse o deputado.
O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB, Astrogildo Mendes, classificou como absurdos os atos da diretoria. "As intenções são até positivas, mas a forma como são implementadas não são de acordo com a constituição. Isso precisa ser revisto em curto espaço de tempo", disse o advogado.
O presidente da ANFAPV - Associação Nacional do Fabricantes de Placas Veiculares, Cláudio Martins, reconheceu que possa haver falhas no Piauí, mas justificou que as novas placas são de melhor qualidade e conferem maior segurança ao Estado e aos proprietários de veículos.
Para Magalhães o monopólio e o cartel estão caracterizados. "Vamos provocar o MP para que o DETRAN assine um TAC - Termo de Ajustamento de Conduta, suspendendo os efeitos da portaria 321 e abra a planilha de custos das placas para licitar esse que é um serviço de interesse público" finalizou Magalhães.
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