Gil Paraibano rejeita apelos da população e descarta realização de carnaval de rua em Picos

O prefeito de Picos Gil Marques de Medeiros, o Gil Paraibano (PMDB), ignorou os apelos da população e descartou de vez a possibilidade de realizar carnaval de rua este ano. Ele alegou que o município não dispõe de recursos para pagar as bandas, justificando que caso fizesse isso teria que atrasar o pagamento do salário do funcionalismo público.
Na última sexta-feira, 25 de fevereiro, o prefeito Gil Paraibano reuniu-se com a deputada estadual Tazmânia Gomes de Medeiros Oliveira, a Belê (PSB), sobrinha do gestor, que tentava convencer o tio a voltar atrás e promover a festa, que já era tradição na cidade e levava todos os anos milhares de pessoas para a avenida.

Segundo o vereador Diógenes Nunes Medeiros (PPS), que também é sobrinho do prefeito Gil Paraibano, apesar dos argumentos da deputada Belê, o gestor foi irredutível e descartou, em definitivo, a possibilidade de a Prefeitura de Picos realizar o tradicional carnaval de rua este ano. Ele alegou problemas de caixa e ressaltou que existem coisas mais importantes a fazer, como, por exemplo, manter o pagamento do funcionalismo em dia.

Durante a gestão do prefeito Gil Paraibano, o carnaval de rua em Picos era realizado na praça Justino Luz, em frente a Igreja Catedral de Nossa Senhora dos Remédios e, mesmo com a contratação de bandas de qualidade duvidosa, reunia uma multidão, principalmente as pessoas de menor poder aquisitivo, que não têm condições financeiras de participar dos blocos alternativos.

Repercussão

A decisão do prefeito Gil Paraibano em não promover o carnaval de rua em Picos repercutiu muito na cidade e representantes dos vários segmentos da sociedade civil organizada protestaram, enfatizando que os argumentos apresentados pelo gestor não convencem, haja vista que a secretaria municipal de Cultura e Turismo tem dotação orçamentária para cobrir os gastos com o evento.
O vereador Manoel Vieira de Barros Lima (PMDB) lamentou a decisão do prefeito e também afirmou que a justificativa apresentada não condiz com a realidade. “O carnaval já está inserido no país como um cultura, uma tradição e diria até como instrumento de movimentação da economia. Quantas pessoas no carnaval de rua de Picos não vendem seus produtos em pequenos estabelecimentos instalados próximos ao corredor da folia?”“, questionou, acrescentando que se houvesse um pouquinho mais de vontade a festa seria mantida.

Para o vereador Edilson Alves de Carvalho (PP) a decisão do prefeito foi uma tristeza para a cidade. Segundo ele, a não realização da festa vai atingir, principalmente, a classe mais pobre, que não tem condições de adquirir um abadá e brincar nos blocos alternativos, e muito menos se deslocar para outros lugares. “Não acredito que seja falta de dinheiro, mas falta de vontade. Será que ele não vai fazer o carnaval por que não é ano político?”, perguntou.