Professores saem às ruas de Picos para protestar contra o governo pelo descaso com a educação

Acompanhados por um carro de som, carregando faixas e cartazes e gritando palavras de ordem, dezenas de professores da rede estadual de ensino saíram às ruas de Picos na manhã desta quarta-feira, 23 de fevereiro, para protestar contra o governo pelo descaso com a educação pública. Por onde passavam eles recebiam o apoio da população e manifestações espontâneas de incentivo.
Antes do protesto, os trabalhadores em educação reuniram-se na sede do Sinte Regional de Picos com pais de alunos para explicarem os motivos da greve. Em seguida os manifestantes saíram em caminhada pela rua São Francisco, São Sebastião, Padre Madeira, Monsenhor Hipólito, Rua Abílio Coelho, Travessa Benedito Reinaldo até a praça Félix Pacheco, onde fizeram uma parada.
Lá, os líderes do movimento apresentaram as propostas da categoria e denunciaram a situação de penúria em que se encontram as escolas estaduais de Picos e dos municípios da região, muitas delas ameaçadas até de desabar devido à precariedade de sua estrutura física, com teto deteriorado, instalações elétricas e hidráulicas comprometidas, além da falta de carteiras.

A presidente do Sinte Regional de Picos, Maria Gisele Dantas Martins Carvalho, disse que os trabalhadores em educação estavam na rua para denunciar o descaso do governo do estado para com a educação. “Desde o ano passado que esse governo vem se comprometendo, mas teima em não atender as reivindicações da categoria, que são justas e garantidas em lei”, lembrou
Segundo Gisele Dantas, os trabalhadores em educação do Piauí estão em greve porque o governo do estado não paga o Piso Salarial dos Professores, não repassa o reajuste dos Técnicos Administrativos desde o ano passado. “Então, ilegal não é a greve, ilegal é não cumprir a lei, não pagar o que é direito dos servidores, conquistas de muitos anos de luta como ele vem fazendo”, alfinetou a presidente do Sinte Regional de Picos.
Outras professoras que participam do comando de greve também se manifestaram para protestar contra a insensibilidade do governo do estado que teima em não negociar com a categoria e, ainda por cima faz ameaças de cortar o ponto e de substituir os grevistas por servidores contratados. Dentre as que se manifestaram denunciando as pressões que estão sofrendo, estão Adnaid Rufino, Carlane e Betinha, que destacaram a união da categoria em somente retornar às salas de aula quando o governo atender as reivindicações.
Com frases como “professor na rua, governo a culpa é sua” e “educação parada, a culpa é do governo”, os trabalhadores em educação seguiram em caminhada pela rua coronel Luís Santos, Praça Josino Ferreira, rua Coronel Antonio Rodrigues, rua São Sebastião, rua São Francisco até a sede do Sinte, onde na próxima sexta-feira, 25 de fevereiro, a partir das 09 horas da manhã, eles realizam uma nova assembléia para avaliar o andamento do movimento e traçar novas estratégias de luta.