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Política

"Primeiro passo para mudar a Uespi é tirar a reitora Valéria", diz sindicalista

Marcílio Sousa, presidente do sindicato dos servidores, fez duras críticas contra atuação de Valéria Madeira no comanda da Universidade.

A Reportagem do Portal GP1 foi recebida pelo Presidente do Sindicato dos Servidores da Uespi, Marcílio José Sousa Costa (foto), para tratar das reivindicações da categoria e do processo eleitoral da Instituição, que ocorrerá no dia 12 de Novembro. Quatro chapas concorrentes a reitoria da Universidade.

GP1: Como o senhor avalia o processo eleitoral na Uespi?


Marcílio Sousa: Avalio observando com cautela os pontos positivos e negativos de cada candidato, com exceção da atual reitora. Vejo candidatos que com relação às reivindicações da nossa categoria não apresentam algo de mais sólido.

GP1: Que candidato o sindicato vai apoiar?

Marcílio Sousa: Tive diálogo com todos os candidatos menos com Valéria Madeira. No caso do Eurípedes, sei que ele fez parte de um momento bom da Uespi na constituição dos cursos de saúde, valorizando a universidade, no entanto ele é ligado ao grupo do ex-reitor da Uespi Jônatas Nunes, que da suporte ao governo, e não representou a Uespi no que diz respeito à autonomia da Instituição e não valorizou o segmento técnico administrativo. Agora com relação ao candidato de situação Carlos Alberto, apesar de ter a ressalva de ser mais aberto ao diálogo, ele também é do PT, e pelo descaso que nossa categoria vem sofrendo por parte da atual gestão, o candidato não poderia ser subserviente ao Governo, até porque hoje a Uespi possui muitos cargos terceirizados e comissionados. Desta forma entendemos que nossas reivindicações ficariam mais distantes de serem atendidas. Quanto ao Élio, tenho uma simpatia por seu vice, Daniel Sólon pelo fato de ter sido meu professor e possuirmos uma afinidade ideológica, e por debater a conjuntura da Uespi. Mas particularmente não tenho esse voto decidido ainda, pelo fato dessa chapa também não apresentar propostas mais concretas ao corpo técnico administrativo. A idéia principal do sindicato é cuidar de maneira mais intensa da nossa categoria, em prol de melhorias e promover um debate entre os candidatos para tratarmos apenas de nossas necessidades. E certamente o corpo técnico administrativo não irá trabalhar publicamente nesta candidatura.

GP1: Quais são as principais reivindicações da categoria?

Marcílio Sousa: A nossa reivindicação principal é a implantação do plano de cargos, carreira e salários. Que engloba a nossa tabela salarial revisada, como também valoriza a carreira técnico administrativa, que não contempla a profissão voltada para vida acadêmica. E exigimos que os cargos administrativos sejam majoritariamente ocupados por técnicos efetivos.

GP1: Qual a situação da Uespi atualmente?

Marcílio Sousa: Vejo uma imagem de total descrédito perante a sociedade que não é em vão. É uma Instituição mal administrada, que apenas subsiste precariamente. Não qualifica e nem avança, é voltada apenas para graduação. Não temos curso de mestrado e nem doutorado. A Uespi é chamada de “escolão”, pois não possui programas de pós-graduação. Servidores mal pagos, tudo culpa do Governo e da gestão atual na universidade comandada por Valéria Madeira. Sem falar que não possui autonomia financeira e nem administrativa. Outro ponto forte da má gestão da Instituição é a Fauesp (Fundação de Apoio a Uespi) presidida por Valéria Madeira, que é apoiada por duas grandes empresas a Halley e a Servi-san. A Uespi passa serviços remunerados para que a fundação execute, e ela [Valéria] ganha com isso. E não houve licitação nesse processo. Ela passa serviços para que ela mesma execute. Algo que movimenta uma grande quantia em dinheiro. Um mês atrás já ultrapassava o montante de um milhão. Por conta dessas denúncias nosso Sindicato e dos professores vem sofrendo retaliações por parte da reitora, que persegue nossa categoria de toda maneira. E todos aqueles que se opuserem as suas opiniões.

GP1: Então como melhorar a Instituição?

Marcílio Sousa: Primeiro mudar a reitoria. Porque quando não há respeito com os integrantes da comunidade acadêmica, não possui diálogo e fica impossível dizer que essa gestão tem algo de bom. Adequar o orçamento da Uespi. Uma autonomia administrativa e financeira, e claro a implantação do plano de carreia da nossa categoria.

GP1: A Lei Federal Nº 9.192, de 21 de Dezembro de 1995, diz que para concorrer ao cargo de reitor é necessário o professor adjunto nível-4 ou titular (os dois níveis mais elevados da carreira docente), ou ainda ser professor doutor. Já Estatuto da Uespi e o Regimento Eleitoral para escolha de reitor da instituição, diz que basta apenas o professor ter 5 anos de Uespi para ser candidato. O senhor não acha que o estatuto da Uespi está infringindo uma Lei Federal?

Marcílio Sousa: Em termos legais não sei dizer se está ou não infringindo a lei. Sei que o Conselho Universitário de 2005 discutiu essa lei, e que esta só seria válida para Universidades Federais. Acho que não precisa ser necessariamente doutor para ser reitor, vale muito a experiência dentro da Universidade.

GP1: Os candidatos que aí estão preenchem os requisitos da Lei Federal para o Cargo de reitor da Uespi?

Marcílio Sousa: Acho que Eurípedes é Élio são doutores, acredito que os demais também tenham essas qualificações exigidas.

GP1: O senhor acredita na transparência das eleições para reitor da Uespi?

Marcílio Sousa: Não acredito, apesar de ter representantes das categorias fiscalizando. A comissão é presidida por alguns pró-reitores. Mesmo com pessoas qualificadas e isentas no processo, existe uma distribuição de cargos comissionados e inclusive continua havendo, e essa é uma visão de eleição que beneficia o candidato a reitor, uma compra de votos velada.

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