O ex-deputado federal e vice-presidente do União Brasil, Antônio Carlos Magalhães Neto, afirmou que as eleições municipais mostraram o presidente Lula (PT) enfraquecido e distante do eleitorado. Segundo ACM Neto , a falta de participação ativa de Lula nas campanhas revela que o presidente perdeu parte do capital político que o destacava no passado, abrindo caminho para adversários nas eleições de 2026.
“Se os outros campos políticos se organizarem, é possível ter uma eleição competitiva em 2026”, afirmou o político baiano, que lidera uma ala do União Brasil crítica ao governo.
Para ACM Neto, a ausência de Lula em campanhas municipais foi estratégica para evitar que eventuais derrotas fossem associadas diretamente ao governo. Ele destacou que, ao contrário de outras épocas, a presença do presidente se resumiu a poucas aparições físicas e vídeos, os quais não surtiram impacto relevante. Na visão de ACM Neto, a perda de popularidade e o distanciamento das ruas dificultam a liderança de Lula sobre o cenário político atual.
ACM Neto também pontuou que, apesar de o União Brasil e outros partidos da base governista, como MDB e PSD, ocuparem 11 ministérios, o governo de Lula segue uma linha de esquerda que desconsidera parte dos eleitores centristas que o apoiaram para derrotar Jair Bolsonaro em 2022. Ele acredita que esses eleitores têm se afastado gradualmente do presidente, aumentando a chance de uma eleição competitiva em 2026, desde que outros campos políticos se organizem.
Sobre o desempenho nas eleições municipais, ACM Neto avaliou que o PT foi o maior derrotado, não elegendo nenhum prefeito de capital no primeiro turno. Em contraste, partidos como PSD, Progressistas, MDB e União Brasil tiveram destaque, indicando uma mudança no protagonismo político. Ele enfatizou que o resultado das eleições municipais é mais influenciado por dinâmicas locais do que por lideranças nacionais.
Ao comentar a influência de Jair Bolsonaro, ACM Neto disse que o ex-presidente teve uma presença maior do que Lula nas campanhas, mas ressaltou que nem Bolsonaro nem Lula conseguem mais transferir votos como no passado. O exemplo citado foi o caso de Pablo Marçal em São Paulo, que, apesar de não contar com o apoio de Bolsonaro, atraiu eleitores de uma parcela da direita.
ACM Neto também abordou as articulações do União Brasil no Congresso, destacando que o deputado Elmar Nascimento (BA) busca a presidência da Câmara, enquanto o senador Davi Alcolumbre é cotado para liderar o Senado. Segundo ele, essas candidaturas são estratégicas e conjeturam a intenção do partido de ocupar espaço institucional relevante, independentemente de alinhamento com o governo.