A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (6), a Operação “Upgrade” com o objetivo de apurar a atuação de organização criminosa especializada em crimes cibernéticos contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Piauí e em outros estados.
O prejuízo causado por esse grupo ainda não pode ser quantificado, contudo a PF informou que o INSS identificou que as fraudes alcançariam cifras milionárias em danos ao erário.
A ação de hoje é em parceria com a Coordenação de Inteligência Previdenciária (COINP) e um desdobramento das operações Chupa-cabra 1 e 2 e Backup, deflagradas este ano em Teresina e em São Paulo.
A operação mobilizou mais de 100 policiais federais e conta também com apoio da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo para o cumprimento de 46 mandados judiciais, sendo 24 mandados de busca e apreensão e 22 de prisão temporária, todos expedidos pelo juízo da 1ª Vara Federal de Teresina.
Os mandados estão sendo cumpridos nos municípios de São Paulo/SP, Jardinópolis/SP, Suzano/SP, São Caetano do Sul/SP, Diadema/SP, Praia Grande/SP, São Roque/SP, São Sebastião/SP, Fortaleza/CE, Brasília/DF e Itaguaí/RJ.
Investigação
A investigação teve início após a constatação da instalação física de dispositivos não homologados na rede local de pelo menos duas agências do INSS em Teresina, o que, de acordo com a PF, possibilitaria o acesso indevido de terceiros a dados de segurados.
Posteriormente, foi identificada uma empresa de fachada utilizada pelos “hackers” e demais membros da organização criminosa como base para a prática das fraudes cibernéticas previdenciárias e demais crimes na capital paulista.
Como funcionava a fraude
Segundo a Polícia Federal, o grupo criminoso inseria o dispositivo eletrônico clandestino “chupa-cabra” na rede interna do INSS e, de posse dos dados e sistemas, reativava benefícios cessados, gerando pagamentos de altos valores retroativos destinados para conta bancária diversa do verdadeiro titular do benefício.
Consta ainda que a organização criminosa seria responsável por uma série de invasões a sistemas em diversos estados da federação, vazamentos de senhas de servidores do INSS e reativações indevidas dos benefícios.
Responsabilização
Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, furto eletrônico, invasão de dispositivo informático e lavagem de bens e valores. As penas máximas dos crimes somadas alcançam 30 anos de reclusão.
O nome “Upgrade” deriva de um termo utilizado no mundo cibernético relacionado à evolução nos sistemas ou dispositivos, uma referência à evolução da investigação em identificar a base dos hackers responsáveis pela criação de equipamentos clandestinos “chupa-cabras” e ataques aos sistemas do INSS.
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