O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) cumpriu, nessa segunda-feira (29), mandado de prisão preventiva contra Matheus Pierre, acusado de matar e queimar o corpo de Ryan Willian Rocha da Silva, de 17 anos, em julho do ano passado.
Ryan Willian integrava o Bonde dos 40 e foi morto após ser julgado pelo Tribunal do Crime por ter matado uma pessoa sem o consentimento da facção. O mandado contra Matheus foi cumprido na Cadeia Pública de Altos, onde ele cumpre pena por porte ilegal de arma de fogo.
O delegado Danúbio Dias, responsável pelas investigações, explicou que Ryan desapareceu no dia 21 de julho de 2022 após sair de casa. “A vítima foi atraída pelo réu [Matheus Pierre], que foi preso ontem, juntamente com outro indivíduo até uma residência na Vila Afegão com a pretensão de usarem drogas e desde então não foi mais vista”.
“A partir daí a família começou a receber intimidações, ameaças e informações de que o Ryan havia sido torturado e assassinado. A família também recebeu a informação de que não conseguiriam mais localizar o corpo, inclusive, a família recebeu até a foto de uma fogueira dizendo que o corpo de Ryan havia sido queimado”, pontuou o delegado Danúbio Dias.
O corpo de Ryan Willian foi localizado cinco dias depois, carbonizado. “No dia 26 ou 27 de julho, nós localizamos o cadáver carbonizado e, ao que tudo indica, o corpo foi colocado dentro de um tambor plástico azul e queimado”, contou Danúbio.
Tribunal do Crime
“A investigação apontou que após torturarem o Ryan, ele foi levado a um determinado local onde ele supostamente foi julgado pelo Tribunal do Crime e nesse julgamento participaram outros quatro indivíduos que, inclusive, estão com mandados de prisão em aberto”, relatou o delegado Danúbio Dias.
Ainda de acordo com o delegado, Ryan foi julgado porque matou uma pessoa sem autorização dos líderes do Bonde dos 40. “Ele matou um individuou sem o consentimento da facção e ele já havia sido punido outras vezes. Por ter matado sem o consentimento, ele teve a sua morte decretada”, explicou.
Mãe fez apelo
Na época do desaparecimento de Ryan, a mãe dele, Railda Rocha da Silva, procurou a imprensa para denunciar o caso. Ele queria encontrar o filho, morto ou vivo.
“Eu acredito que mataram meu filho, eu já acredito que ele está morto, eu já ouvi comentários de que nunca mais eu veria o corpo do meu filho e já faz mais de uma semana e nunca mais vi ele. Eu recebi imagens de fogo queimando e acho que é corpo dele, pelo tamanho, porque ele é alto e magro”, relatou a mãe da vítima.
Ainda conforme a mãe do jovem, um de seus amigos que o chamou para sair no dia do desaparecimento pode ser o responsável em atrair o rapaz para o local onde foi morto. “O Jackson, depois desse dia, ninguém mais viu, está escondido e pode ter atraído o Ryan para a boca de fumo, porque era amigo dele. Eu só quero encontrar meu filho, morto ou vivo”, ressaltou a mãe de Ryan.
Ver todos os comentários | 0 |