A Polícia Civil do Piauí, através da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática – DRCI - deflagrou nessa quinta-feira (15) a Operação Fake News para dar cumprimento a um mandado de busca e apreensão em Teresina, a fim de apurar crimes contra a honra (calúnia, difamação) praticados contra autoridades públicas no Piauí no Facebook e WhatsApp, dentre elas o governador do Piauí, Wellington Dias.
De acordo com o delegado Anchieta Nery, nos inquéritos policiais instaurados em 2020 figuram ainda como vítimas secretários de Estado, deputados estaduais, prefeitos e pré-candidatos a prefeito.
Com as investigações, a equipe do delegado encontrou indícios de que os ataques partiam de um mesmo investigado e, possivelmente, estariam sendo financiados com recursos públicos. Com a quebra do sigilo bancário, verificou-se que no período do cometimento dos crimes o alvo recebia recursos sem licitação ou contrato prévios da Prefeitura de Valença do Piauí.
Dessa forma, os policiais constataram como vítimas o então Juiz eleitoral de Valença, uma vereadora e um pré-candidato a prefeito de Valença e que os ataques tinham como mentor o secretário de Governo do município à época. “O investigado responsável por disseminar as agressões nas páginas e perfis falsos confessou a prática em interrogatório policial, afirmando que os ataques às autoridades de Valença tinham como mentor o então Secretário de Governo da cidade, em 2020”, ressaltou.
Ao ser questionado sobre os ataques contra líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Republicano (PR) em Teresina, o acusado declinou que havia sido contratado por um marqueteiro do Ceará para promover as ações na web. “Quanto aos ataques a líderes dos partidos PT e PR, em Teresina, o investigado afirmou ter sido contratado por um marqueteiro do Ceará, que atuava para um partido adversário destes nas eleições da capital, também em 2020”, explicou.
Nesse sentido, novas diligências serão realizadas para delinear a participação de demais pessoas nos crimes. Segundo o delegado Anchieta Nery, "a quantidade de perfis e grupos em redes sociais manipulados pelos investigados com objetivo de manipular a opinião pública com objetivos eleitoreiros caracteriza verdadeiro ato atentatório à democracia", ressaltou o delegado.
A Polícia Civil alerta à população em geral que crimes cometidos em meio virtual, como quaisquer crimes, são passíveis de responsabilização e a Instituição tem o conhecimento técnico e ferramentas necessárias para a realização da investigação policial.
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