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Onze presos na Operação Bússola ingressam com pedido de liberdade

Ao todo 08 servidores do INSS, 15 advogados e 14 intermediários foram presos pela Polícia Federal.

Onze presos pela Polícia Federal no decorrer da denominada “Operação Bussola”, ingressaram nessa quinta-feira (11) com pedido de liberdade provisória com ou sem fiança na 1ª Vara Federal da Seção Judiciária do Piauí.

Deflagrada na última terça-feira, a Operação cumpriu 96 mandados judiciais, sendo 16 mandados de prisão preventiva, 23 de prisão temporária e 57 mandados de busca e apreensão. Os mandados foram cumpridos em Teresina/PI, Luzilândia/PI, Demerval Lobão/PI, Santo Antônio dos Milagres/PI, Timon/MA, Caxias/MA, Presidente Dutra/MA, Parnarama/MA, Codó/MA, Anapurus/MA e São João do Sóter/MA, todos expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Federal de Teresina.


Foto: Alef Leão/GP1Sede da Polícia Federal em Teresina
Sede da Polícia Federal em Teresina

Entre os investigados com prisão decretada estão oito servidores do INSS, 17 advogados e 14 intermediários dos estados do Piauí e Maranhão.

Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa teria causado um prejuízo efetivo de aproximadamente R$ 55,8 milhões ao INSS no Piauí.

Foram constatados 1.975 benefícios de aposentadoria por idade rural fraudados que já foram sacados. Além disso, foram suspensos 160 benefícios concedidos a pessoas fictícias (existentes apenas no papel) e a imediata revisão de 1.975 benefícios com indícios de fraude, medida que irá evitar um prejuízo estimado em R$ 623 milhões em fraudes da organização criminosa.

De acordo com a Polícia Federal, o grupo criminoso atuava na falsificação de documentos públicos para conseguir a aposentadoria rural por idade para pessoas que não são trabalhadores rurais. Os investigados também agiam na falsificação de documentos para criar pessoas fictícias para conseguirem os benefícios.

As investigações da operação tiveram início ainda no ano de 2019, em razão de uma prisão em flagrante realizada pela Polícia Federal, no dia 07 de novembro. Na ocasião, os policiais apreenderam documentos falsos que seriam utilizados para a sacar benefício do INSS, concedido de forma fraudulenta.

Em posterior avaliação do material apreendido, a Polícia Federal identificou o advogado Marcelo Lobão Salim Coelho, como o responsável por protocolar dezenas de processos concessórios de aposentadoria por idade rural, direcionados ao então gerente executivo do INSS no Piauí, Daniel Soares Lopes.

Com o desenrolar da investigação, que durou mais de um ano e meio, a Polícia Federal conseguiu identificar 39 pessoas envolvidas em uma verdadeira organização criminosa, formada por 17 advogados, 08 servidores do INSS e 14 intermediários, responsável por causar um prejuízo comprovado de R$ 55 milhões aos cofres do INSS.

Confira os nomes dos presos que pediram liberdade a Justiça Federal e como atuavam:

Roseno Pereira de Araújo - Intermediário que era responsável por encontrar clientes e teria conseguido junto ao INSS aprovar 9 benefícios de forma fraudulenta.

Ivalda de Jesus de Sousa - Teria agido como intermediária, na captação de clientes e também protocolando requerimentos de benefícios de aposentadoria fraudulentos, tendo obtido a aprovação de 4 destes.

Francisco Marcolino de Medeiros - De acordo com a PF, era um falsário responsável por falsificar as documentações para instruir os requerimentos de benefícios fraudulentos. É companheiro de Ivalda de Jesus.

Vinício José Paz Lima - Advogado que, de acordo com o inquérito, conseguiu a aprovação de 50 benefícios de aposentadoria de maneira fraudulenta, além de dois benefícios a pessoas fictícias, com documentações falsas.

Christiany Marysa da Silva Costa de Castro - Advogada suspeita de ser a responsável por conseguir 77 benefícios de aposentadoria de maneira fraudulenta. Também é acusada de protocolar requerimentos de benefícios com documentação de pessoas inexistentes.

Alan Pereira da Silva - Segundo a PF, era amigo e “laranja” do ex-chefe do INSS, Daniel Soares Lopes. Segundo a PF, era um “possível intermediário responsável por captar clientes e fazer ingerências com Daniel”.

Marcelo Lobão Salim Coelho - Advogado responsável por "protocolar requerimentos de benefícios de aposentadoria por idade rural instruídos com documentação falsa”, narra a representação da Polícia Federal.

Celso Thalysson Soares e Silva - Servidor do INSS e advogado. Na representação, a PF revelou que “sua atividade criminosa restou demonstrada a partir dos seguintes indícios: concessão de 130 benefícios de aposentadoria rural por idade protocolados por 5 advogados, dos quais, 115 benefícios foram comprovadamente concedidos de forma fraudulenta; concessão fraudulenta de 12 benefícios a pessoas fictícias; e concessão fraudulenta de outros 180 benefícios”.

Bruno Martins Barbosa - Outro intermediário que, de acordo com a Polícia Federal, conseguiu junto ao INSS a aprovação de 20 benefícios de aposentadoria fraudulentos.

Márcio Barrozo da Silva - Advogado cuja atividade criminosa, segundo a PF, consistiu na aprovação de 44 benefícios de aposentadoria rural por idade de maneira fraudulenta.

Antônia da Silva Barros (Toinha) - Segundo o inquérito, agia como intermediária, captando clientes e protocolado requerimentos de benefícios de aposentadoria rural fraudulentos, com documentações falsas.

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