Em um áudio divulgado, nesta quinta-feira (24), o policial militar Rafael dos Santos Leal, preso durante a Operação Cargas, na quarta-feira (23), confessa ter recebido R$ 10 mil para ajudar em um assalto a um comerciante na zona leste de Teresina.
Rafael é lotado no 4º Batalhão da Polícia Militar do Piauí em Picos e foi preso acusado de participar do roubo ao depósito das Casas Bahia, em dezembro de 2018. As investigações apontaram que ele utilizava a função de policial para auxiliar os integrantes da quadrilha.
- Foto: Divulgação/PC-PIPolicial Rafael dos Santos
Na gravação, o policial conversa com outra pessoa, que ele chama de Edimar, sobre um assalto que teve a um comerciante no ano passado e diz que também ouviu informações de que os bandidos teriam levado R$ 280 mil da vítima. Ele ainda diz que teve outro policial envolvido.
“Ei Edimar parceiro (...) esses comentários é [sic] muito paia, isso aí não é comentário pra tá falando não, porque eu faço meu negócio limpo. Parece que teve um parceiro policial que era pra tá no meio, surgiu essa história de R$ 280 mil e os caras que fizeram o evento disseram pra mim que foi R$ 65 mil e não deram pra ele [policial] nenhum centavo porque ele não fez nada”, disse Rafael no áudio.
Ele ainda acusa outro policial de falar para a vítima, identificado como Lima, que foi ele quem “deu a fita” para os bandidos e confessar que recebeu R$ 10 mil. “Ele foi lá por trás falar pro Lima que eu tinha dado a fita e tal, vou até em cima do Lima, (...) eu tô sabendo também que foi R$ 280 mil, meu irmão também falou, agora eu só ganhei R$ 10 mil como eu lhe falei, eu não tenho precisão disso aí não”.
Operação Cargas
O policial militar Rafael dos Santos Leal foi preso, na última segunda-feira (21), pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO) durante a Operação Cargas, que teve início após a prisão do primeiro membro do grupo, flagrado com mais de 100 TVs roubadas em 11 de dezembro de 2018, no Parque Vitória, na zona sul de Teresina. Todo o material foi roubado do depósito das Casas Bahia, localizado na Avenida Maranhão, bairro Matinha.
Segundo o delegado Gustavo Jung, Rafael, utilizava a função de policial para auxiliar os integrantes da quadrilha. “O Rafael se utilizava do cargo na PM, para obter informações privilegiadas, essa questão da retirada de determinada quantia em determinado local, ele por ser policial militar a fiscalização é menos rigorosa e de fato isso acontecia, e ele foi colocado inclusive na cena do crime como parte da logística. Nós temos imagens da cena, mas são imagens sigilosas que fazem parte do processo judicial”, revelou.
Ainda segundo Gustavo Jung, o PM, tirava os plantões no 4º BPM em Picos, e quando estava em Teresina, se aliava na execução de práticas delituosas. Sobre ele ainda pesa a acusação de roubo de R$ 280,00 contra um comerciante na zona leste de Teresina, a vítima inclusive era seu vizinho.
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