A Polícia Civil do Ceará investiga se o diretor de uma fundação que administra hospitais no estado está envolvido no assassinato da enfermeira piauiense Jandra Mayandra , de 36 anos, ocorrido em 15 de maio no Bairro Pirambu, em Fortaleza. De acordo com o Diário da Justiça Eletrônico, a suspeita recai sobre o diretor devido a inconsistências em seu depoimento, levantando a hipótese de que Jandra foi morta por possuir informações privilegiadas sobre a fundação, alvo de denúncias por fraudes e irregularidades.
O crime tem características de execução por um assassino profissional, conforme o relatório de investigação. Jandra foi seguida desde o Hospital Dr. Osvaldo Cruz, onde trabalhava, até o local do crime. A investigação aponta que a enfermeira poderia ter sido silenciada para evitar a revelação de informações comprometedoras sobre a fundação, que recebe milhões em recursos públicos e está sob investigação.
Durante o crime, os estojos das munições que atingiram Jandra desapareceram, reforçando a tese de um assassinato profissional. Testemunhas relataram que policiais militares estiveram no local do crime e que um deles possuía estojos de munição .40, que não foram encontrados posteriormente. A polícia apreendeu o celular do diretor para análise e busca de mais evidências sobre o planejamento e execução do crime.
Em junho, quatro policiais militares foram presos por suspeita de envolvimento no assassinato, após consultarem informações sobre a vítima no sistema da polícia. Eles foram liberados posteriormente. A fundação, que administra várias unidades de saúde no estado, já teve contas desaprovadas pelo Ministério Público do Ceará devido a diversas irregularidades, incluindo desvio de recursos e contratos superfaturados.
Auditorias realizadas pela Controladoria-Geral da União revelaram transferências irregulares de recursos, contratação de empresas ligadas a membros da fundação e outras práticas que violam princípios de impessoalidade e administração pública. Apesar de ser uma entidade sem fins lucrativos, a fundação declarou um patrimônio mínimo, destacando ainda mais as suspeitas de má gestão e corrupção.