O diretor do Departamento de Polícia Científica , Antônio Nunes, informou em entrevista ao GP1 nesta segunda-feira (18) que aguarda o laudo do Instituto de Medicina Legal ( IML ) de Teresina para esclarecer se as irmãs Jocinéia Dias da Silva, de 23 anos, e Francinete Pereira da Silva Neta, de 24 anos, foram torturadas antes de serem assassinadas.
“No caso específico, materiais coletados foram enviados ao laboratório de patologia forense, que faz parte de um dos nossos institutos especializados. É importante destacar que a análise desse tipo de caso envolve diversos laboratórios e setores do Instituto Médico Legal. As lesões encontradas nos corpos estão sendo examinadas para determinar se foram feitas em vida ou após a morte. Essa análise é necessária para definir se houve ou não tortura, uma vez que lesões feitas post-mortem não configuram tortura”, explicou Nunes.
O diretor também afirmou que o laudo, que deve confirmar se as irmãs foram torturadas, será concluído em cerca de 10 dias. No entanto, já foi constatado que ambas tiveram os cabelos raspados antes de serem mortas. “No caso em questão, as vítimas tiveram o couro cabeludo danificado, possivelmente por cortes ou raspagem de cabelo, o que pode ser interpretado como indício de tortura. Mas é necessário avaliar o contexto e a relação dessas ações com as demais lesões”, acrescentou.
Antônio Nunes garantiu que o caso está sendo tratado com todo o rigor técnico e ético exigido. “Temos plena capacidade, tanto em conhecimento científico quanto em infraestrutura laboratorial, para responder a essa questão. Faremos isso com o máximo de precisão e responsabilidade.”
Entenda o caso
Na manhã do último sábado (16), dois corpos foram encontrados em uma cova rasa no Residencial Edgar Gayoso, localizado no bairro Santa Maria da Codipi, zona norte de Teresina. A suspeita inicial é de que sejam os corpos das irmãs Jocinéia Dias da Silva e Francinete Pereira da Silva Neta, que desapareceram na última quarta-feira (13).
De acordo com o coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, conhecido como "Barêtta", as irmãs desapareceram após pegarem uma corrida por aplicativo com destino desconhecido. Antes disso, deixaram seus filhos sob os cuidados de terceiros.
Uma das crianças, uma menina de 4 anos, foi entregue a familiares, enquanto o outro, um menino de 6 anos, foi deixado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na região da Santa Maria da Codipi. Ainda segundo Barêtta, há informações de que as irmãs tinham envolvimento com membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), mas estariam se relacionando com integrantes de uma facção rival.