Em um caso que vem chocando a pequena cidade de Ilha Grande, na região Norte do estado, a prefeita Marina Brito (Progressistas), reeleita em 06 de outubro, tornou-se vítima de uma série de atos de perseguição perpetrados por seu próprio sobrinho, Alex Ramos Farias. O caso, que teve início no começo de 2021, culminou com uma denúncia formal do Ministério Público do Estado do Piauí contra Alex Farias por crime de perseguição.
Segundo informações obtidas do inquérito policial, o conflito teve início quando a prefeita negou ao sobrinho um cargo público que ele almejava na Prefeitura de Ilha Grande. A partir desse momento, o que era uma relação familiar aparentemente harmoniosa se transformou em uma série de atos hostis e intimidatórios.
De acordo com o relato da vítima, Alex Farias iniciou uma campanha sistemática de difamação contra ela nas redes sociais. Utilizando plataformas como Facebook e WhatsApp, o acusado publicava conteúdos ofensivos, acusando a prefeita de corrupção e má gestão. As postagens, que ocorriam principalmente aos finais de semana, incluíam afirmações de que Marina estaria "roubando a cidade" e "montando uma quadrilha de ladrões na prefeitura".
A situação se agravou quando o sobrinho passou a perseguir fisicamente a prefeita. Em fevereiro de 2021, ele foi até a residência de Marina Brito, em Ilha Grande, gritando e chamando por ela de forma agressiva. A vítima, que estava sozinha em casa no momento, não abriu a porta e relatou ter ficado aterrorizada, temendo por sua vida.
Em outro incidente, ocorrido em 11 de agosto de 2021, Alex foi flagrado tirando fotos e filmando a residência do filho da prefeita em Parnaíba, perguntando a um pedreiro que trabalhava no local sobre o paradeiro de Marina.
O caso foi levado à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Parnaíba, onde a prefeita prestou queixa formal. Com base nas evidências coletadas, incluindo depoimentos da vítima e testemunhas, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Alex Ramos Farias.
A denúncia, recebida pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Parnaíba no dia 21 de outubro deste ano, acusa Alex Farias de violar o artigo 147-A do Código Penal Brasileiro, que trata do crime de perseguição. O caso é agravado por se enquadrar na Lei Maria da Penha, já que envolve violência doméstica contra mulher no âmbito familiar.
A perseguição implacável tem causado comoção em Ilha Grande, uma pequena cidade de aproximadamente 9.000 habitantes. A situação levanta questões sobre a segurança de figuras públicas, especialmente mulheres em cargos de liderança, e o impacto que conflitos familiares podem ter na administração pública local.
O acusado Alex Ramos Farias foi citado para apresentar defesa por escrito no prazo de 10 dias. O juiz responsável pelo caso, Wilmann Izac Ramos Santos, determinou a juntada de antecedentes criminais atualizados do denunciado e solicitou que a Defensoria Pública assuma a defesa caso o acusado não constitua advogado próprio.
O GP1 continuará acompanhando o desenrolar deste caso, que promete ter desdobramentos significativos tanto para os envolvidos quanto para a comunidade de Ilha Grande.
Outro lado
Alex Ramos Farias não foi localizado para comentar a acusação. O espaço está aberto para esclarecimentos.
Ver todos os comentários | 0 |