O Piauí registrou 963 focos de incêndio nos primeiros 15 dias de outubro, conforme dados do BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O levantamento, obtido pelo GP1 nesta terça-feira (15), revela que o estado ocupou a terceira posição em número de focos nas últimas 24 horas no Brasil, atrás apenas do Maranhão e Rondônia. A Caatinga e o Cerrado concentram a maior parte dos incêndios, com 599 e 364 focos, respectivamente.
Além dos biomas afetados, várias unidades de conservação federais também foram atingidas pelo fogo no estado. Entre as mais prejudicadas estão a Serra da Ibiapaba, Uruçuí, Serra das Confusões, Nascentes do Rio Parnaíba, Chapada do Araripe e Delta do Parnaíba, que, juntas, contabilizaram 107 focos de incêndio. No cenário nacional, o Brasil registrou 646 focos de incêndio nesta segunda-feira (14), uma queda em comparação aos dias anteriores, quando foram contabilizados 1.333 focos no sábado (12) e 994 no domingo (13).
Os incêndios têm se intensificado na Amazônia, que sozinha registrou 252 focos, equivalente a 39% das ocorrências nacionais nas últimas 24 horas. O Cerrado também figura entre os biomas mais afetados, com 189 focos de incêndio, representando 29,3% das queimadas no país. Em outubro, o Brasil já acumula 17.084 focos, e, no total de 2024, foram 227.292 ocorrências, resultado de uma combinação entre fatores climáticos e estiagem prolongada. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a seca deste ano é a mais severa dos últimos 75 anos.
A crise ambiental tem como pano de fundo o impacto do fenômeno El Niño, que alterou o regime de chuvas e prolongou a seca, agravada ainda mais pelo aquecimento anômalo das águas do Atlântico Tropical Norte. Esses fatores climáticos contribuíram para a formação de seis ondas de calor no período seco, enquanto apenas quatro ondas de frio foram registradas no mesmo intervalo, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
No Piauí, a antecipação da seca complicou as ações de controle das queimadas, que costumam atingir seu pico nos meses de agosto a outubro. Em setembro, o Brasil registrou 83.157 focos de incêndio, o maior número para o período desde 2010, reforçando a gravidade da situação. Com vegetação seca e chuvas escassas, as condições no estado e em outras regiões do país tornaram-se propícias para o alastramento das queimadas, agravando ainda mais o cenário ambiental.
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