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Julgamento do acusado de matar Janaína Bezerra é adiado novamente

A sessão do Tribunal Popular do Júri havia sido remarcada para a manhã desta sexta-feira (1°).

O julgamento de Thiago Mayson, acusado de estuprar e assassinar a estudante de Jornalismo da UFPI, Janaína da Silva Bezerra, foi adiado mais uma vez. A sessão do Tribunal Popular do Júri foi remarcada para a manhã desta sexta-feira (1°), no entanto, o advogado Ércio Quaresma, que é o novo representante do réu, não compareceu à sessão.

De acordo com a advogada de acusação do caso, Florence Rosa, a ausência do novo advogado de Thiago foi o motivo do adiamento do Júri Popular. Ele alegou ter um outro compromisso profissional e, por esta razão, não poderia estar presente na sessão de hoje. “O adiamento do julgamento foi devido ao novo advogado de defesa, que se habilitou ontem, e não pôde comparecer hoje em razão de outros compromissos profissionais. Nós estamos com expectativa do novo julgamento ser dia 26 setembro”, afirmou.


Foto: GP1Familiares de Janaína Bezerra à espera do julgamento de Thiago Mayson
Familiares de Janaína Bezerra à espera do julgamento de Thiago Mayson

“O que nos tranquiliza, tranquiliza a sociedade de Teresina e a família de Janaína, é que esse monstro continua enjaulado. Isso é uma estratégia da defesa, tenho certeza disso”, complementou Florence Rosa.

Defesa do ex-goleiro Bruno

Ércio Quaresma já possui vasto histórico por advogar em casos emblemáticos, como o de defesa do ex-goleiro Bruno, que estava envolvido no assassinato de Elisa Samúdio em 2010.

Família clama por justiça

A mãe da estudante Janaína Bezerra, Maria do Socorro da Silva, estava em frente ao Tribunal de Justiça, juntamente com familiares, amigos, movimentos populares e ativistas, em defesa da continuidade do julgamento e clamou por justiça.

Foto: GP1Maria do Socorro, mãe de Janaína
Maria do Socorro, mãe de Janaína

“Está prejudicando muito minha vida. Cada vez que é adiado a gente sofre, porque não deu certo. Mas tenho fé que vai dar tudo certo para minha filha descansar e termos paz. Ela confiava na Universidade e ela perdeu a vida”, disse Maria do Socorro da Silva.

Ainda muito emocionada, Dona Maria detalhou sua vida depois de sete meses sem ter a filha por perto. “Esse crime tirou o sonho da minha filha e destruiu nossa família. Sete meses de sofrimento sem minha Janaína. Todo dia eu choro, quando eu olho e vejo minha filha naquele cemitério eu me revolto, ele tem que pagar pelo crime que ele cometeu”, contou.

Novo adiamento

A advogada Rosemary Farias, da Advocacia Popular Piauiense, que faz parte da acusação de Thiago Mayson repudiou o novo adiamento do julgamento, pois pela segunda vez estaria representando a impunidade de crimes hediondos, como o feminicídio e o estupro, atos cometidos contra a estudante de 21 anos, Janaína Bezerra, em janeiro deste ano.

“A expectativa é que haja justiça. Porque esse julgamento já foi adiado uma vez e a sociedade espera por justiça. Que esse rapaz seja apenado na proporcionalidade do crime que ele cometeu. É um crime hediondo e que a sociedade repugna. Mais uma jovem que foi vítima de feminicídio e tinha todos os sonhos pela frente. A sociedade chora e esse julgamento não pode ser adiado”, disse a advogada Rosemary Farias.

Primeiro julgamento adiado

O julgamento estava marcado para acontecer no dia 17 de agosto, porém, a sessão do Tribunal Popular do Júri foi suspensa por falta de quórum, devido à ausência de 12 jurados do quadro de servidores da UFPI. A instituição emitiu uma nota, em que admitiu uma falha interna na entrega da convocação aos funcionários.

Foto: Reprodução/InstagramThiago Mayson da Silva Barbosa
Thiago Mayson da Silva Barbosa

Thiago Mayson está preso preventivamente e vai ser julgado pelos crimes de homicídio duplamente qualificado (emprego de meio cruel e feminicídio), estupro de vulnerável, vilipêndio de cadáver e fraude processual.

Relembre o caso

Janaína da Silva Bezerra, 21 anos, foi brutalmente estuprada e morta em uma sala de aula da UFPI no dia 28 de janeiro deste ano, após uma calourada. Thiago Mayson, que era aluno do Programa de Pós-Graduação (Mestrado) em Matemática da instituição, foi preso em flagrante.

Foto: Arquivo pessoalJanaína Bezerra
Janaína Bezerra

Segundo a Polícia Civil, a causa da morte de Janaína foi “asfixia ocasionada pela luxação da região cervical, havendo compressão da medula”. Isso significa que ela morreu por conta da violência do estupro.

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