Pedro Henrique
Os motoristas e entregadores por aplicativo de Teresina, representados pela Cooperativa de Transportes por Aplicativos do Piauí - COOPERTAPP-PI, compartilharam com o GP1 as dificuldades enfrentadas diariamente nas ruas da capital piauiense, além de expressarem suas insatisfações e preocupações. Em uma entrevista, o presidente da COOPERTAPP-PI, Érico Luiz, destacou a urgência da regulamentação federal proposta pelo Ministério do Trabalho em relação à exploração das empresas de aplicativo. Essa declaração foi feita durante a primeira semana da greve dos trabalhadores do transporte coletivo de Teresina.
“Hoje, as operadoras não levam nenhum tipo de vantagem ao trabalhador. O trabalhador não tem direito a previdência, aposentadoria, férias, hora extra remunerada, é uma exploração que não encontra nenhuma regulamentação. Por conta disso, é debatido hoje no Congresso Nacional, no Ministério do Trabalho com os Sindicatos das Associações e Cooperativas uma norma que seja aprovada dentro de uma lei que possa estabelecer direitos a todos esses trabalhadores”, explicou.
A COOPERTAPP-PI também destacou os banimentos realizados pelas plataformas, bem como a segurança dos profissionais e dos usuários do serviço. Segundo Érico Luiz, presidente da cooperativa, em Teresina os trabalhadores são bloqueados sem qualquer justificativa, apenas por causa de uma reclamação simples feita por um passageiro ou proprietário de um estabelecimento, muitas vezes humilhando esses trabalhadores. Ele ressaltou que o lado dos trabalhadores não é levado em consideração. Atualmente, eles enfrentam desafios como os altos preços dos combustíveis, a violência no trânsito e a criminalidade, enquanto não têm direitos e são explorados.
Além disso, Érico Luiz enfatizou que a defasagem nos valores das altas taxas cobradas pelas empresas atuais é um dos grandes problemas, tornando o trabalho da categoria insustentável para sustentar suas famílias. Ele pontuou que muitas pessoas podem acreditar que os trabalhadores de aplicativos estão lucrando com a greve dos cobradores e motoristas, mas isso não resolve a situação, já que as operadoras de aplicativos retiram o dinheiro dos trabalhadores por meio das altas taxas.
Por fim, o presidente da cooperativa ressaltou que a regulamentação é uma demanda urgente, especialmente após a introdução das operações de Moto Uber e Moto 99. Ele mencionou a necessidade de evitar um maior aumento no desemprego entre os profissionais que encontraram no trabalho como motoristas de aplicativo a única fonte de renda. A categoria já enviou ofícios ao governo municipal e estadual solicitando a participação dos poderes nesse debate, a fim de oferecer melhorias aos trabalhadores de aplicativos e buscar a regulamentação a nível municipal e estadual.
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