Passados quase cinco anos do assassinato da cabelereira Aretha Dantas Claro, o caso segue sem solução e o acusado do crime, Paulo Alves dos Santos Neto, que confessou a autoria do feminicídio, nunca foi julgado. Nesta sexta-feira (3) o GP1 teve acesso, com exclusividade, a um documento que revela que a Justiça aguarda até hoje o envio dos dados levantados pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), acerca da quebra de sigilo telefônico dos celulares apreendidos em poder do acusado e da vítima.
O documento em questão trata-se de um despacho assinado em 23 de novembro de 2022 pelo juiz Antônio Reis de Jesus Nollêto, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina.
No despacho, o magistrado cobra do Núcleo Investigativo de Feminicídio – atual Delegacia de Feminicídio – o relatório das investigações da quebra do sigilo telefônico dos aparelhos de celular apreendidos. O juiz deu prazo de 72h para o envio dos dados e ressaltou que, à época, já haviam se passado mais de quatro anos do crime e da apreensão dos celulares.
“Reitere-se o ofício encaminhado à Autoridade Policial responsável pelo Núcleo Investigativo de Feminicídio para apresentar, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, o relatório das investigações sobre a quebra do sigilo de dados telefônicos dos celulares apreendidos em poder do acusado Paulo Alves dos Santos Neto e da vítima Aretha Dantas Claro, tendo em vista que já decorreram mais de 04 (quatro) anos da apreensão dos aparelhos”, determinou o juiz Antônio Nollêto no despacho.
O que diz o DHPP
Procurada pelo GP1, a delegada Nathalia Figueiredo, titular da Delegacia de Feminicídio, reiterou que encaminhou resposta ao despacho do juiz Antônio Nollêto no último dia 05 de dezembro e que o relatório já havia sido enviado pelas delegadas que atuaram no inquérito policial antes de sua chegada ao Núcleo de Feminicídio do DHPP.
O crime
Aretha Dantas foi encontrada morta com perfurações de arma branca e sinais de atropelamento, na madrugada de 15 de maio de 2018, na Avenida Maranhão, zona sul de Teresina. O ex-companheiro dela, Paulo Alves dos Santos Neto, foi considerado o principal suspeito do crime.
No dia 16 de maio, Paulo Neto se entregou à polícia e confessou a autoria do crime. No dia 20 de janeiro de 2020 o juiz Antônio Nollêto relaxou a prisão preventiva e concedeu liberdade provisória ao acusado de matar Aretha Dantas.
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