O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), presidente do Consórcio Nordeste e coordenador do Fórum dos Governadores do Brasil, respondeu às declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), após ser citado nesta quinta (1º) durante sua live semanal. O chefe do Palácio do Planalto reclamou da cobrança feita por Dias para que mantivesse o auxílio emergencial no valor de R$ 600 para os beneficiários até o fim da pandemia da covid-19.
O governador criticou o valor de R$ 250,00, que será do novo auxílio emergencial fornecido pelo Governo Federal, e disse que “a fome não tira férias”. Segundo Wellington Dias, a defesa do valor de R$ 600 é para compensar o período em que as pessoas mais carentes, em todo o país, ficaram sem o pagamento.
“Essa não é uma opinião particular. É a posição de governadores das cinco regiões do Brasil. Nós queremos seguir dialogando, independente das disputas eleitorais, e tratar diretamente com o presidente da República do meu país, que é o chefe de Estado a quem devemos recorrer para socorrer os que mais precisam”, declarou o governador.
Dias pontuou que são os mais pobres e os que passam fome, que mais precisam de vacinas. Para ele, a vacina é a solução para reduzir as filas nos hospitais. “Sigo mantendo uma relação respeitosa e ao mesmo tempo na defesa do que o meu povo precisa. Aqui no Piauí, a exemplo de outros estados e alguns municípios, estamos ajudando aos mais pobres como podemos”, disse.
“Estamos liberando agora R$ 40 milhões para transferência de renda e ajudando, ainda, na alfabetização, bem como na ampliação da escolaridade. Estamos trabalhando duro para, também, oferecer crédito para apoio das atividades econômicas, com o foco para renda, fruto do trabalho”, completou.
O governador Wellington Dias finalizou argumentando que as condições do Piauí e dos demais estados da federação não são comparáveis a da União. “Veja o bom exemplo dos Estados Unidos da América, onde o presidente Joe Biden anunciou um pacote com U$ 2,3 trilhões. O equivalente no Brasil seria R$ 13,1 trilhões. O que estamos pedindo para os mais pobres no Brasil seria R$ 44 bilhões e tenho certeza que mandando a proposta para o Congresso Nacional, como fez no ano passado, seria aprovado na hora, com apoio da base do governo e da oposição”, concluiu.
Entenda o caso
O presidente Jair Bolsonaro criticou o governador do Piauí, Wellington Dias, durante sua live semanal, realizada nesta quinta-feira (01), através de sua página no Facebook, após a reclamação do valor do novo auxílio emergencial, de R$ 250, anteriormente, até dezembro de 2020, o valor foi de R$ 600 e R$ 300.
“Eu vi um vídeo de um governador, acho que o Wellington Dias, fazendo um apelo dramático, que o Governo Federal não pode pagar R$ 250 a título de auxílio emergencial. Tem que ser R$ 600 porque a pandemia não acabou. Bem, quem está acabando com emprego é ele, o governador Wellington Dias. Não somos nós aqui”, disse Bolsonaro.
Em sua argumentação, Bolsonaro utilizou os dados do Tesouro Nacional, que apontaram que os estados fecharam o ano de 2020 com superávit de R$ 38 bilhões.
“Como tem a matéria aqui na imprensa dizendo o seu estado, todos os estados, estão superavitários, você poderia pagar um complemento ao auxílio emergencial. Dá mais de R$ 350 e chega aos R$ 600”, sugeriu o presidente durante sua live.
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