O juízo da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina encaminhou, na última segunda-feira (18), Carta Precatória ao Tribunal de Justiça de Pernambuco, para que seja intimado o ex-tenente do Exército Brasileiro José Ricardo da Silva Neto, para comparecer a sessão plenária de julgamento no dia 24 de novembro deste ano.
O ex-tenente é acusado dos crimes de homicídio consumado triplamente qualificado, por motivo fútil, feminicídio e duplo homicídio tentado qualificado contra a namorada Iarla Lima Barbosa, e outras duas pessoas, a irmã da vítima, Ilana Lima Barbosa, e uma amiga, Josiane Mesquita da Silva, próximo ao Bendito Boteco, na zona leste de Teresina, crime ocorrido em 19 de junho de 2017. Qualificadoras são as circunstâncias que aumentam a gravidade do crime, proporcionando um acréscimo a pena.
A acusação destaca que o homicídio foi cometido por motivo fútil em razão de menosprezo ou discriminação à condição de mulher e sem possibilitar qualquer margem de defesa as vítimas.
Caso seja condenado, o ex-tenente poderá pegar até 30 anos de cadeia.
Entenda o caso
José Ricardo da Silva Neto executou, na madrugada de 19 de junho de 2017, a namorada Iarla Lima Barbosa e deixou feridas outras duas pessoas, a irmã da vítima, Ilana, e uma amiga de 25 anos, próximo ao Bendito Boteco, na zona leste de Teresina.
O ex-militar iniciou uma discussão com Iarla dentro do carro após saírem de uma festa que ocorria no Bendito Boteco. Ele teria ficado com ciúmes de Iarla e, após fazer acusações contra ela, a atingiu com dois tiros no rosto. A irmã da vítima e a amiga conseguiram fugir do carro. Uma das jovens foi atingida de raspão na cabeça e a outra no braço.
O tenente chegou a retornar para o condomínio onde morava com a namorada morta dentro do carro. Ele foi preso por uma equipe do BPRone.
O juiz de direito da Central de Inquéritos, Luiz de Moura Correia, chegou a determinar a quebra do sigilo de dados e imagens dos aparelhos telefônicos do ex-oficial do Exército com o fim de subsidiar as investigações do Núcleo Policial Investigativo de Feminicídio.
No dia 25 de julho de 2017, a juíza de direito Maria Zilnar Coutinho Leal, respondendo pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, recebeu a denúncia contra José Ricardo.
Durante audiência realizada em novembro, José Ricardo confirmou que atirou em Iarla, mas disse que os tiros que atingiram as outras duas pessoas que estavam no veículo foi acidental.
O ex-militar foi pronunciado em 02 de fevereiro de 2018, como incurso nas penas do art. 121, § 2º, incisos II, IV, VI e § 2º-A, inciso II, do Código Penal, contra Iarla Lima Barbosa; e art. 121, § 2º, incisos IV, VI e § 2º-A, inciso II, c/c art. 14, inciso II, todos do CP, praticado contra Ilana Lima Barbosa e Josiane Mesquita da Silva, para ser submetido a julgamento pelo Tribunal Popular do Júri.
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