Os profissionais da saúde do estado do Piauí, com exceção dos médicos, vão iniciar uma greve nesta quinta-feira (25) com um protesto no Hospital Getúlio Vargas (HGV), a partir de 7h30, e passeata até o Palácio de Karnak.
A decisão do início da greve foi tomada ainda na última sexta-feira (19), durante assembleia com membros do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde Pública do Piauí (Sindespi), juntamente com o Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí (Senatepi).
Entre as principais reivindicações estão o não pagamento do adicional de insalubridade de 40%; a baixa qualidade dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) fornecidos pela Sesapi durante a pandemia do novo coronavírus.
“Nosso adicional de insalubridade está congelado desde 2007. O Governo alega que não tem uma regulamentação e nós exigimos que se providencie, que regulamente a insalubridade dos servidores do Estado. O assédio moral aos servidores é generalizado e contribui para o adoecimento da categoria. Nós reconhecemos a dificuldade do momento com essa pandemia, mas o governo massacra o servidor há muito tempo e não dá mais para aguentar” desabafa a presidente do Sindespi, Geane Sousa.
Outra pauta comum aos profissionais trata do descumprimento da lei 6.201 que dispõe sobre o Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos dos Profissionais de Saúde Pública da Administração. De acordo com Erick Ricelley, presidente do Senatepi, mesmo com decisão da Justiça, obrigando o Governo do Estado a cumprir a lei, até o momento não o fez.
"Nós decidimos fazer uma greve, iniciando na quinta-feira (25). Eles não estão cumprindo a decisão judicial, pois o desembargador Erivan Lopes obrigou o Estado a fazer o enquadramento dos profissionais, coisa que o Estado não vem cumprindo. A nossa insalubridade não chega a 10%, enquanto o Município já paga 40% e o Governo Federal também", ressaltou Erik Ricelley.
O que diz a Sesapi
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde lamentou a decisão dos profissionais de deflagrar greve.
Confira a nota na íntegra:
Nota
O Governo do Estado lamenta a decisão do Sindicato dos Enfermeiros de deflagar uma greve em meio ao maior desafio de saúde pública dos últimos 100 anos. Tal decisão pode trazer prejuízos vitais para a sociedade. Ressaltamos que todos os profissionais estão com salários em dia, que o adicional de insalubridade é pago normalmente, conforme determina a legislação estadual, e que não há falta de EPIs em nenhuma unidade de saúde, não havendo, assim, motivos para paralisação.
Ressaltamos ainda que, caso o movimento se concretize, o Governo irá tomar as medidas cabíveis por meio judicial e administrativo para garantir o atendimento pleno da população.
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