Acompanhada por um grupo de gestores, a vice-governadora Regina Sousa visitou famílias que vivem na Serra do Inácio, no final de semana, localizada entre os estados do Piauí e Pernambuco. Não há um levantamento do número de moradores e nem da área pertencente ao Piauí, há muitas carências e necessidades a mais urgente é água.
Regina Sousa conversou com a família do seu José Raimundo Eduardo da Silva, 84 anos, considerado o morador mais antigo da Serra. Ele informou que mora na divisa dos dois estados e sempre vai procurar atendimento médico em Curral Novo, no Piaui. Ele tem 11 filhos e todos moram na Serra. Um dos filhos, Luíz Eduardo da Silva, 50 anos, disse que a água é o principal problema. São abastecidos por cisternas, pois não tem aonde pegar o líquido.
- Foto: Divulgação/AscomRegina Sousa visita famílias no interior do Piauí
A vice-governadora disse que já sabia como era a situação das famílias, mas ver de perto a realidade é diferente. “São pessoas que não têm o que comer. Há muitas carências e dificuldades . "Ela constatou que há muitas crianças, mas todas estudando. Essa constatação me deixou feliz”. A diretora da escola, Sandecleia Modesto, informou que são 240 alunos matriculados, mas ainda há os sanzonais, evasão escolar e alto índice de analfabetismo entre os adultos.
A Serra do Inácio está situada nos municípios de Curral Novo e Betânia, no Piauí, Araripina, Ouricuri e Santa Filomena, em Pernambuco. Não há uma delimitação dos municípios e nem do número de famílias que moram na Serra. Regina Sousa disse que enquanto não for feito esse levantamento o governo do Piauí não poderá levar políticas públicas para os moradores da Serra, mas vai buscar parcerias para ajudar as famílias. “ Muitas não têm o que comer.”
Na visita estavam Lucile Moura, secretaria de Governo, Rejane Tavares, secretaria de Planejamento, Assunção Aguiar, de Assistência Social, Josefa Silva, da coordenadoria de Mulheres, e Karla Andrade, da Defensoria Pública. A Vice-governadora explicou que elas foram convidadas para acompanhá-la e elaborar projetos e desenvolver ações para melhorar a vida das famílias. “ Vamos começar a agir, planejar ações e levar serviços. Vi famílias sem ter o que comer e a fome não pode esperar.”
Na Serra há contrastes. Famílias que vivem em condições razoáveis e outras que não têm nem alimentos para as refeições diárias. No local estão instaladas 98 torres de energia eólia e há residências que não têm energia, como a de Vanderli Gilvan de Sousa Irmão, pai de seis crianças e há dez anos morando na Serra. Ele disse que não sabe porque não tem energia em sua casa se mora a poucos metros de uma torre e a empresa responsável pelas torres não explica o motivo de não levar o serviço para ele e sua família
A professora Sandecleia Modesto e outras nove pessoas criaram um grupo de mobilização social pela Serra do Inácio. Uma das primeiras ações é mapear a área e depois fazer o levantamento das famílias. Ela contou que após esse trabalho, vão se reunir com os moradores para saber suas necessidades, elaborar projetos e buscar parcerias. “ Não é só ter paixão, tem que ter ação,” comentou a professora sobre a ajuda aos moradores da Serra.
Jovens rurais
Nos dias 5 e 6, a vice-governadora participou, em Picos, do II Encontro de Jovens Rurais do Semiárido. O evento reuniu cerca de 500 participantes de seis Estados. “Os jovens não são o futuro, são o presente. Eles têm atitude, têm ação. E neste evento, tenho certeza, vão sair muitas ideias e propostas para melhorar a vida dos jovens que vivem no semiárido”.
O Frei Leonardo Boff foi um dos palestrantes sobre os novos desafios da sucessão rural do semiárido brasileiro. Oficinas sobre quilombolas, indígenas, mulheres, meio ambiente, artes e uma mostra de produtos do semiárido foram realizadas no Instituto de Educação Tecnológica.
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