Os trabalhadores da CEPISA, uma das distribuidoras da Eletrobras, paralisaram suas atividades a partir da manhã desta quarta-feira (25) em protesto contra a privatização da companhia. O ato vai durar por 48 horas devido ao leilão da empresa que deve acontecer nesta quinta-feira (26).
A paralisação está sendo movida pelo Sindicato dos Urbanitários do Piauí. A categoria alega que foram constatadas várias irregularidades no processo de privatização e o diretor jurídico do sindicato, Francisco Marques, informou ao GP1 que uma delas é em relação a assembleia de acionistas da empresa.
“Eles disseram que fizeram uma assembleia de acionistas na sede da Cepisa, às 17h do dia 21 de março, porém isso não ocorreu nesse horário e nem na empresa. Para constatar o crime, nós entramos na nona vara cível da Justiça do Piauí e adquirimos uma lista que provou que uma pessoa, que seria o representante da Eletrobras e que diz que foi o responsável por presidir a assembleia, se encontrava no Rio de Janeiro às 16h05. Depois disso, o juiz ouviu a empresa e eles se manifestaram dizendo que foi um erro material e que, na verdade, a assembleia não foi na Cepisa, e sim no Metropolitan Hotel pela manhã. Então, o juiz pediu para que a empresa corrigisse e nós temos conhecimento que eles corrigiram a ata. Porém, para que essa ata tenha validade, ela deve ser homologada pela junta comercial e ainda não foi. Mesmo não tendo sido homologada, eles querem realizar o leilão amanhã”, relatou Francisco Marques.
O sindicalista também destacou outra suposta irregularidade no que diz respeito a realização de uma audiência pública. Para a classe trabalhadora, os segmentos que possuem interesses no assunto não foram convidados como os representantes do judiciário e, principalmente, do Estado visto que o Governo do Piauí também entrou com uma ação para que o leilão seja suspenso, devido às comprovações legais de que o certame não tem sustentação jurídica para ocorrer.
“Eles tentaram fazer apenas em Teresina e ainda não houve discussão. Quem esteve presente na audiência viu que a mesa estava vazia, eles prepararam uma ata e disseram que fizeram uma audiência pública. Nós questionamos o fato da audiência não ter acontecido e, mais ainda, não ter sido convidado os segmentos da sociedade que seria um representante do judiciário, do Estado e entre outros”, concluiu.
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