Os policiais civis do Piauí decidiram manter a greve que foi iniciada no dia 3 de abril. Eles buscam melhorias salariais e a aprovação do projeto de lei que transforma o cargo de escrivão em agente da polícia civil. Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí, Constantino Júnior, os delegados estão conseguindo barrar as negociações e por isso não há acordo, gerando um atrito entre as categorias.
Antes a categoria era contra a mensagem de nº 10, que tramita na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) e que transforma o cargo de escrivão em agente da Polícia Civil, mas após conversas com representantes do governo, conseguiram fazer algumas mudanças e, por isso, agora querem a aprovação. Constantino alega que alguns delegados estão conseguindo impedir a aprovação desse projeto que foi encaminhado pelo governo.
- Foto: Lucas Dias/GP1Constantino Júnior
“A princípio nós erámos até contrários porque não houve discussão, foi feita uma assembleia geral para que fossem feitas algumas mudanças no projeto e então ficou tudo certo. Só que os delegados de polícia passaram a boicotar o projeto. Porque com a junção das atribuições, eles entendem que os cargos vão ficar muito fortes e muitos deles não admitem que se tenha algum tipo de ascensão na nossa instituição. Continuamos com o movimento paredista diante dessa situação”, disse.
O aumento salarial é outro problema que estaria gerando atrito entre as categorias. “O que nós queremos é ganhar 60% do que ganha um delegado, hoje ganhamos apenas 35% e queremos também que isso seja colocado na lei. Os delegados são contra e gerou essa celeuma. Os agentes escrivães hoje estão revoltados, principalmente, policiais dessa nova geração, porque entraram por concurso público com requisito de nível superior”, explicou.
Ele disse que essa resistência não vem de todos os delegados, mas que tem causado problemas. “Não estamos generalizando com os delegados, mas eu entendo que hoje, com a qualificação que tem o policial civil, não tem como não ter uma aproximação do salário, mas eles [delegados] não querem, querem que a gente se submeta a eles. Fazemos nossas atribuições de forma legal, podemos até considerar que hoje somos adversários”, destacou o presidente do Sinpolpi.
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