Em entrevista ao GP1, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi), Constantino Júnior, disse que o concurso público para a Polícia Civil para preenchimento de 190 vagas não é suficiente para atender a demanda necessária para o Estado do Piauí. Ele ainda defende que a prova possua questões subjetivas com o objetivo de evitar fraudes.
O concurso será realizado porque cerca de 200 policiais devem se aposentar, o que daria um grande déficit nos quadros da instituição. O concurso será destinado ao preenchimento de 20 vagas para delegados, 120 para agentes, 10 para escrivães e 40 para peritos.
“A lei que define o número de cargos da Polícia Civil é a Lei Complementar de número 128 de 2009. Lá está previsto 3.475 cargos, que vão do agente, escrivão, perito e delegado. Temos hoje em torno de 1.560 policiais civis na atividade, então o governo infelizmente, não só esse, como os outros, não conseguiram fazer um planejamento de médio ao longo prazo para pelo menos preencher a quantidade de cargos vagos que existe hoje na polícia civil”, criticou.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Constantino Junior
Ele afirma que o concurso não será suficiente para atender a demanda, mas se o governo colocar um número alto de classificados, isso ajudará a resolver parte do problema. “Com relação ao concurso público, o Sinpolpi vem pedindo isso há muito tempo. Nós temos hoje um número de policiais que completaram ou estão na eminência de completarem o seu tempo de contribuição para aposentadoria. O número que foi oferecido [de vagas no concurso], se for só aqueles, é muito pouco. Aí a gente tem que ver o edital se tem a previsão de classificar três vezes mais o número. Se for assim, é de forma razoável, mas ainda fica muito distante para o preenchimento dessa lei que é de 2009. Nós já defendemos hoje um efetivo até maior quando se compara o número da população com o de policiais”, afirmou.
O presidente do Sinpolpi também defende que a prova contenha questões subjetivas com o objetivo de dificultar tentativas de fraude e que o governo tenha um calendário de concurso, já que o processo entre a realização da prova e a posse é demorado.
“Nós estamos exigindo que parte da prova seja subjetiva, justamente pra pelo menos diminuir muito essas tentativas de fraude que inclusive tem colocado em cheque a nossa instituição. Além disso, como esse concurso em 2017, ainda tem o curso de formação, a nomeação e posse deve ocorrer só em novembro. Para se ter ideia, os classificados finais do concurso 2012/2014 só conseguiram ser nomeados em razão de um processo judicial onde o Sinpolpi foi na justiça e garantiu isso, o governo mesmo fazendo concurso, demora muito para fazer a nomeação e posse. Enquanto isso os policias estão se aposentando todos os dias e isso faz com que o nosso efetivo diminua. O que cobramos é que o governo pelo menos preencha os cargos previstos em lei de 2009”, finalizou.
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