Estudantes da Uespi de Picos protestam contra Governo do Estado

Estudantes e professores da Uespi aproveitaram a solenidade de inauguração da Central de Flagrantes de Picos para promover um protesto contra o Governo do Estado. Os manifestantes portavam faixas e cartazes e gritavam palavras de ordem contra o governador Wellington Dias e o secretário estadual de Governo, Merlong Solano, ambos do PT.

A solenidade foi realizada no início da tarde desta segunda-feira, 23, sem a presença do governador Wellington Dias (PT), que era o alvo principal do protesto dos estudantes. Os manifestantes cobraram a retomada das negociações entre o governo e os professores e técnicos da Uespi, que estão em greve há 35 dias.
Os estudantes foram impedidos pela Polícia de adentrar ao local onde acontecia a solenidade. Eles então se posicionaram em frente à entrada do prédio e, durante o pronunciamento das autoridades gritavam palavras de ordem e pediam mais respeito aos professores, técnicos e aos alunos da Uespi.

Os manifestantes cobraram ao governador Wellington Dias o pagamento das bolsas aos estudantes, pois, o atraso estaria impedindo que eles estagiassem nas instituições credenciadas, dentre as quais o Hospital Regional Justino Luz.
Com a ausência do governador Wellington Dias na solenidade, o alvo principal dos manifestantes foi o secretário estadual de Governo, Merlong Solano. No momento em que ele anunciou que as reivindicações dos grevistas já haviam sido atendidas, foi vaiado e chamado de mentiroso. Ao final da solenidade, seu carro foi cercado pelos estudantes e só conseguiu sair com ajuda da Polícia.

Motivação

Fábio Rufino, aluno do curso de Administração e representante do DCE da Uespi, disse que o protesto aconteceu com o objetivo de pressionar o governo a negociar com os professores e técnicos da instituição, haja vista que a greve já dura mais de um mês.

“Queremos negociar com o governo! Já tivemos duas reuniões e não deu em nada! Eles falam que tem 25 milhões para a Uespi, mas até agora nada. Esperamos por uma solução, pois de promessas já estamos cansados” – ressalta o líder estudantil
Segundo a Associação de Docentes da Uespi, muitas das reivindicações ainda não foram atendidas. Dentre elas o pagamento das progressões, promoções e mudança de regime, em parcela única, admitindo a possibilidade do parcelamento dos valores retroativos. Envio à Assembleia Legislativa, em caráter de urgência, do Projeto de Lei de alteração do Plano de Cargos, Carreira e Salário – PCCS dos técnicos administrativos, com tabela salarial equiparada à realidade de outras IES públicas da região nordeste.

Além disso, os grevistas cobram o lançamento de Edital de concurso público, no primeiro semestre de 2016, para professores e técnicos do quadro efetivo, assegurando a contração em 2017, sob pena de extinção de cursos, fechamento de campi e inviabilização da Universidade. Reajuste salarial para o ano de 2016 dos docentes de 25%%, e para os técnicos administrativos de 33,36%.

Outro lado

Alvo do protesto o secretário estadual de Governo, Merlong Solano, disse que é normal grevistas se manifestarem para chamar a atenção das autoridades e da sociedade. “No entanto, quero dizer que diálogo não tem faltado. Eu, o secretário Franzé e até o governador Wellington Dias já recebemos representantes do movimento e da universidade para negociar” – afirmou.

Segundo Merlong, o governo do estado já atendeu os pontos da pauta original, só que agora apareceram novas reivindicações, dentre as quais aumento salarial de 36% e isso está fora das possibilidades financeiras do estado do Piauí. O secretário concluiu dizendo que o governador Wellington Dias não vai tomar nenhuma decisão que ele não possa honrar.