O GP1 recebeu, neste domingo (30), uma grave denúncia de profissionais da área de saúde do Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Estão faltando equipamentos de proteção individual (EPI), como aventais descartáveis que minimizam o risco de transmissão de bactérias entre um paciente e outro, além de aparelhos de raio X.
EPI é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção contra riscos capazes de ameaçar a sua segurança e a sua saúde.
Uma solução temporária seria o uso de capotes de tecido, mas eles também estão em falta. O recomendável seria o uso de dois capotes por paciente, sendo que no HUT, existem três UTI"s com 10 pacientes cada. Mas, a lavanderia/esterilização não tem capacidade para produzir os capotes.
Para fazer a higiene nos pacientes, os profissionais usam lençol passado no corpo.
O GP1 apurou que a Fundação Hospital de Teresina e a assessoria jurídica da FHT já foram procurados para liberarem verbas para a compra extraordinária de aventais até a regularização da situação, mas o pedido foi negado.
O prejuízo à assistência, sobretudo dos pacientes em precaução de contato é imensurável, além para o próprio controle de infecção hospital.
Há dificuldade ainda no controle de estoque, porque primeiro esperam acabar para depois pedirem os materiais.
Sotipi
O GP1 entrou em contato com o médico infectologista e presidente da Sotipi (Sociedade de Terapia Intensiva do Piauí), Kelson Nobre Veras, que confirmou a denúncia e falou dos riscos que os pacientes correm. "Os riscos quem correm são os pacientes internados, porque quando um profissional de saúde atende um paciente pode levar, nas suas roupas, uma bactéria resistente pra outro paciente".
Questionado como fica o trabalho dos profissionais nessas condições, o médico disse que "é péssimo para o paciente, péssimo para o emocional do profissional de saúde, médico, enfermeiro, técnico, fisioterapeuta, fica todo mundo desgostoso, desanima e vai contra aquele sentimento que todos nós temos, do bem do irmão, do bem ao próximo então, é dureza".
O presidente da Sotipi criticou ainda os gestores: "E o que é pior, na TV só aparecem os gestores dizendo que não tem nenhum problema, que tá tudo bem", finalizou.
HUT
Em entrevista ao GP1, o diretor do HUT, Gilberto Albuquerque, negou a falta do material e afirmou que a diretoria do hospital se reuniu com a lavanderia para a aquisição de 1200 capotes impermeáveis.
FHT
A assessoria de comunicação da Fundação Hospitalar de Teresina informou ao GP1 que desconhece a falta de material no HUT e que o abastecimento de materiais é feito constantemente. Ainda segundo a assessoria, tão logo obtenha resposta da assessoria jurídica vai enviar os devidos esclarecimentos.
EPI é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção contra riscos capazes de ameaçar a sua segurança e a sua saúde.
Imagem: Lucas Dias/GP1HUT
Sem os equipamentos, os pacientes estão vulneráveis a infecções e bactérias como a KPC que é resistente a todos os antibióticos modernos e já foi encontrada no HUT.Uma solução temporária seria o uso de capotes de tecido, mas eles também estão em falta. O recomendável seria o uso de dois capotes por paciente, sendo que no HUT, existem três UTI"s com 10 pacientes cada. Mas, a lavanderia/esterilização não tem capacidade para produzir os capotes.
Para fazer a higiene nos pacientes, os profissionais usam lençol passado no corpo.
O GP1 apurou que a Fundação Hospital de Teresina e a assessoria jurídica da FHT já foram procurados para liberarem verbas para a compra extraordinária de aventais até a regularização da situação, mas o pedido foi negado.
O prejuízo à assistência, sobretudo dos pacientes em precaução de contato é imensurável, além para o próprio controle de infecção hospital.
Há dificuldade ainda no controle de estoque, porque primeiro esperam acabar para depois pedirem os materiais.
Sotipi
O GP1 entrou em contato com o médico infectologista e presidente da Sotipi (Sociedade de Terapia Intensiva do Piauí), Kelson Nobre Veras, que confirmou a denúncia e falou dos riscos que os pacientes correm. "Os riscos quem correm são os pacientes internados, porque quando um profissional de saúde atende um paciente pode levar, nas suas roupas, uma bactéria resistente pra outro paciente".
Imagem: DivulgaçãoKelson Nobre Veras
Sobre a negativa da Fundação Hospitalar, o médico explicou que: "O hospital tentou convencer a Fundação Hospitalar a comprar os capotes, mas o setor jurídico negou a autorização. O fato é que o próprio setor jurídico da Fundação proibiu o hospital de fazer a compra mesmo sendo informado pelo hospital que não teria esse equipamento indispensável, o jurídico negou. Isso é um fato gravíssimo", disse Veras que completou: "nós lá no HUT já temos bactérias que não são mais tratáveis com nenhum antibiótico moderno".Questionado como fica o trabalho dos profissionais nessas condições, o médico disse que "é péssimo para o paciente, péssimo para o emocional do profissional de saúde, médico, enfermeiro, técnico, fisioterapeuta, fica todo mundo desgostoso, desanima e vai contra aquele sentimento que todos nós temos, do bem do irmão, do bem ao próximo então, é dureza".
O presidente da Sotipi criticou ainda os gestores: "E o que é pior, na TV só aparecem os gestores dizendo que não tem nenhum problema, que tá tudo bem", finalizou.
HUT
Em entrevista ao GP1, o diretor do HUT, Gilberto Albuquerque, negou a falta do material e afirmou que a diretoria do hospital se reuniu com a lavanderia para a aquisição de 1200 capotes impermeáveis.
Imagem: Lucas Dias/GP1Gilberto Albuquerque
“Nós nos reunimos com a gerência da lavanderia e foi solicitado, só nessa reunião, 1200 capotes impermeáveis, que é o que há de melhor em proteção individual. Já os descartáveis são comprados constantemente. O que acontece é que os servidores estão em um período de adaptação com os capotes impermeáveis, porque são de um material mais pesado, desconfortável e grosso, mas que diminui bem mais o risco de contrair uma infecção do que os descartáveis. Mas eu posso garantir que tem material”, disse.FHT
A assessoria de comunicação da Fundação Hospitalar de Teresina informou ao GP1 que desconhece a falta de material no HUT e que o abastecimento de materiais é feito constantemente. Ainda segundo a assessoria, tão logo obtenha resposta da assessoria jurídica vai enviar os devidos esclarecimentos.
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