Fechar
GP1

Piauí

Sensibilidade é a palavra para ampliar a Clínica Nefrológica

O objetivo é implantar o processo da Clínica Ampliada nos serviços e ações de saúde.

Imagem: Paulo BarrosClique para ampliarClínica de Nefrologia do HGV  (Imagem:Paulo Barros)Clínica de Nefrologia do HGV
Foi realizada no Hospital Getúlio Vargas, em Teresina, a roda de conversa com profissionais de saúde e acompanhantes de pacientes da Clínica Nefrológica. O objetivo é implantar o processo da Clínica Ampliada nos serviços e ações de saúde. Na ocasião, foi discutido uma nova forma de fazer saúde com a participação da equipe e ampliar a escuta dos problemas e necessidades do paciente, baseada nas diretrizes da Política Nacional de Humanização.

A assistente social Andréa Teixeira, que trabalha na Clínica Nefrológica, narrou o episódio da paciente Juílza da Silva Nunes, 30 anos, portadora de Lupus mais Nefrite Lúpica e Asite, que ficou internada no HGV durante três meses, em estado grave. A paciente insistia em ver os filhos menores e como todo hospital proíbe a entrada de crianças menores de 12 anos, a visita era quase impossível. Mas com o passar dos dias, a paciente ia definhando e o estado de saúde se agravando, foi removida para UTI várias vezes, e a assistente social sensível ao problema, solicitou à enfermagem que autorizasse a visita das crianças e o hospital se preparou para recebê-los. Além da mãe da paciente, uma criança de dois anos e meio, e mais duas menores de 10 anos.

Depois da visita, os dias que se seguiram, a equipe médica notou a súbita melhora da paciente. Andréa relata que a melhora era visível, a paciente tinha encontrado motivo e forças para superar a doença.

O esforço da equipe em acolher e escutar a opinião da assistente social levou a estabilização da paciente e o seu retorno para casa. Juilza Nunes faz acompanhamento periódico na Clínica Nefrológica e, hoje, tem uma vida normal. “Cheguei a pensar que esse fosse seu último pedido, por isso tomei a decisão de acolher os filhos”, explica Andréa Teixeira.

A principal discussão na roda de conversa foi refletir sobre a dinâmica de funcionamento da equipe. O psicólogo Werner Costa explica que o mais importante para as práticas compartilhadas é assumir que todo saber possui limites e, por isso, o trabalho em equipe interdisciplinar é fundamental. “A Clínica Nefrológica ainda possui muitas dificuldades, principalmente na ambiência, mas temos tentado ajustar para melhor acolher o usuário”, ressalta Andréa.

A chefe do Serviço Social do HGV, Ildete Carvalho, explica que a prática da corrida de leitos deve ser repensada no HGV, com a introdução de outros profissionais. “Envolver vários profissionais, inclusive de outros serviços, amplia o diálogo e ajuda a reavaliar a situação e redefinir a mudança de uma situação”, acrescenta.

A ouvidora Luisa Barros disse que aceitar as diferentes opiniões, inclusive de profissionais de outros serviços ou de outros setores, contribui para um melhor diagnóstico e tratamento do paciente.

Na ocasião, ficou definido que a equipe da Clínica Nefrológica irá se reunir e discutir uma proposta de Projeto Piloto para a clínica, com práticas ampliadas e responsabilidades compartilhadas. Na próxima quinta-feira (19), às 10 horas, terá outra roda com a participação de mais pessoas.
Mais conteúdo sobre:

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.