Apesar das enormes dificuldades enfrentadas pelo sertanejo, a seca que assola o Piauí e que já destruiu toda a lavoura e ameaça dizimar os rebanhos de bovinos, caprinos e ovinos em toda a região do Semiárido, este ano apresenta características bem diferentes das estiagens anteriores quando, além da morte de animais, também se registrava mortes humanas provocadas pela fome.
Desde 1877, quando dom Pedro II prometeu vender “até a última joia da coroa” para aliviar o sofrimento dos nordestinos, só agora, 135 anos depois, o flagelado começa a ser tratado como ser humano, com uma garantia mínima de sobrevivência.
Programas sociais como Bolsa Família, Garantia Safra e, o mais recente, Bolsa Estiagem, somados a investimentos na implantação de pequenas adutoras, construção de barragens de pequeno, médio e grande porte, e empréstimos a juros subsidiados para comerciantes e criadores da região afetada pela seca, criaram uma nova realidade no sertão. A maioria das vítimas tem o que comer.
É o caso de Vandeci Josefa Pereira, de 47 anos, moradora da localidade Tiririca II, na zona rural de Jaicós, na região de Picos, a 352 quilômetros de Teresina. Mãe de sete filhos menores - a mais velha, de 16 anos, está grávida - ela reconhece as dificuldades, mas também não esconde que a comida, embora pouca, até agora não faltou.
Vandeci é uma das milhares de pessoas que são atendidas pelo programa de transferência de renda Bolsa Família. São R$ 350 que ela recebe mensalmente, dinheiro que garante o seu sustento, dos filhos e do marido José Edmilson. A família mora num pequeno casebre, sem energia elétrica e sem qualquer conforto da vida moderna.
- Esse dinheirinho do governo sustenta a gente. Nesse tempo não tem serviço, ninguém contrata ninguém para um dia de serviço e não tem como ganhar dinheiro. Se não fosse o dinheiro do governo já tinha morrido todo mundo de fome - explica Vandeci, ao lado de um velho fogão à lenha, montado no fundo da casa por falta de espaço na parte interna. “O Zé já preparou a terra para plantar, mas cadê o preparo da chuva?”
Neste dia, pouco antes do meio-dia, ela cozinhava um pedaço de bofe bovino numa panela e, em outra, arroz e feijão. Gentil, como a maioria dos sertanejos, ainda convidou os visitantes para o almoço. “É comida de pobre, mas dá pra todo mundo”.
Em sua simplicidade, Vandeci explicou que do dinheiro do Bolsa Escola retirou R$ 10 e foi ao mercado da cidade, comprou uma fissura de boi e estas vísceras têm sido o que chamou de “tempero do feijão” nos últimos dias.
No Piauí, o Bolsa Família atende cerca de 451,5 mil famílias. São, pelo menos, 1.8 milhão de vandecis, todas com uma história parecida e com alguma coisa na panela.
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Desde 1877, quando dom Pedro II prometeu vender “até a última joia da coroa” para aliviar o sofrimento dos nordestinos, só agora, 135 anos depois, o flagelado começa a ser tratado como ser humano, com uma garantia mínima de sobrevivência.
Programas sociais como Bolsa Família, Garantia Safra e, o mais recente, Bolsa Estiagem, somados a investimentos na implantação de pequenas adutoras, construção de barragens de pequeno, médio e grande porte, e empréstimos a juros subsidiados para comerciantes e criadores da região afetada pela seca, criaram uma nova realidade no sertão. A maioria das vítimas tem o que comer.
É o caso de Vandeci Josefa Pereira, de 47 anos, moradora da localidade Tiririca II, na zona rural de Jaicós, na região de Picos, a 352 quilômetros de Teresina. Mãe de sete filhos menores - a mais velha, de 16 anos, está grávida - ela reconhece as dificuldades, mas também não esconde que a comida, embora pouca, até agora não faltou.
Vandeci é uma das milhares de pessoas que são atendidas pelo programa de transferência de renda Bolsa Família. São R$ 350 que ela recebe mensalmente, dinheiro que garante o seu sustento, dos filhos e do marido José Edmilson. A família mora num pequeno casebre, sem energia elétrica e sem qualquer conforto da vida moderna.
- Esse dinheirinho do governo sustenta a gente. Nesse tempo não tem serviço, ninguém contrata ninguém para um dia de serviço e não tem como ganhar dinheiro. Se não fosse o dinheiro do governo já tinha morrido todo mundo de fome - explica Vandeci, ao lado de um velho fogão à lenha, montado no fundo da casa por falta de espaço na parte interna. “O Zé já preparou a terra para plantar, mas cadê o preparo da chuva?”
Neste dia, pouco antes do meio-dia, ela cozinhava um pedaço de bofe bovino numa panela e, em outra, arroz e feijão. Gentil, como a maioria dos sertanejos, ainda convidou os visitantes para o almoço. “É comida de pobre, mas dá pra todo mundo”.
Em sua simplicidade, Vandeci explicou que do dinheiro do Bolsa Escola retirou R$ 10 e foi ao mercado da cidade, comprou uma fissura de boi e estas vísceras têm sido o que chamou de “tempero do feijão” nos últimos dias.
No Piauí, o Bolsa Família atende cerca de 451,5 mil famílias. São, pelo menos, 1.8 milhão de vandecis, todas com uma história parecida e com alguma coisa na panela.
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