Sinpolpi pode ajuizar ação contra Estado após tentativa de fuga de presos em delegacia

Três presos tentaram fugir na madrugada desta segunda-feira (1), no 9º Distrito Policial de Teresina, localizado no bairro Mocambinho. A fuga foi impedida pelos três agentes, que se encontravam de plantão. Está é a sexta fuga desde março de 2012.

A situação deixou os policiais preocupados, já que existe uma superlotação e os presos são de alta periculosidade. Segundo o delegado Franklin Delano os presos cortaram uma grade da cela, com objetos que teriam conseguido durante visitas, e não fugiram por pouco. Atualmente, existe 8 presos em uma só cela, que tem capacidade para quatro. O Distrito possui duas celas, mas apenas uma funciona, pois a outra foi queimada recentemente após uma rebelião dos presos.


Os acusados pela tentativa de fuga foram Jackson dos Santos Feitosa, que foi preso acusado de tentativa de latrocínio, após tentar matar um homem durante um roubo de um carro; Jardel de Sousa Cardoso também foi preso após uma tentativa de latrocínio e Gleyson Anderson Delfino está preso por roubo de carro e já é a sua segunda tentativa de fuga.


Durante visita do portal GP1 ao Distrito Policial, os presos afirmaram que iriam tentar fugir novamente.


Sinpolpi

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (SINPOLPI), Cristiano Ribeiro, disse que os policiais civis trabalham em condições adversas já que não é função deles cuidar de presos que deveriam estar em presídios.

“Isso é inadmissível, esse é um problema recorrente que o 9º DP vem enfrentando, não só lá, mas também em outras delegacias. O pior é que a maioria dos presos nem são daquela região, são presos de outras delegacias. Não dá para trabalhar dessa maneira”, disse o presidente.


Cristiano afirmou que essa é uma reclamação antiga da categoria e que agora vai tentar, através do Ministério Público, ajuizar uma ação contra o Estado impedindo que presos fiquem em delegacias. “Essa situação é muito perigosa para os policiais civis. Já houve o caso de um policial chamado de José Moreno que foi assassinado em um fuga de presos e teve outro policial do 21º DP que foi feito refém pelos presos. Graças a Deus com ele não aconteceu nada. Agora infelizmente parece que a gente vai ter que entrar com uma ação contra o Estado para que seja tomada alguma providência”, finalizou Cristiano Ribeiro em entrevista ao portal GP1.

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