Há dois meses, a rotina da dona de casa Aline Santos, de 40 anos, mudou. Grávida de gêmeas, ela teve que antecipar o nascimento das bebês, que vieram ao mundo com apenas 26 semanas de gestação. Uma das meninas não sobreviveu, mas a pequena Maria Isis, que nasceu no dia 14 de abril, segue em acompanhamento a Unidade de Terapia Intensiva da Nova Maternidade Dona Evangelina Rosa (NMDER).

Moradora da cidade de Milton Brandão – a 238 km de Teresina – Aline não tem familiares na capital, e foi acolhida pela Casa da Gestante, Bebê e Puérpera da Nova Maternidade Dona Evangelina Rosa – projeto da Secretaria de Estado da Saúde ( Sesapi ), por meio da Rede Cegonha. No local ela recebe toda assistência para poder ficar mais próximo de sua filha.

Foto: Divulgação/Ascom
Serviço de acolhimento de mães é realizado pela Sesapi

“Se não fossem essas pessoas, eu não sei como seria minha situação para estar com minha filha aqui em Teresina. Se eu fosse ficar vindo e voltando da minha cidade, não teria condições, pois só tem vans três vezes por semana e às vezes não disponibiliza vaga para gente. Seria muito difícil fazer esse acompanhamento, se não fosse essa casa. Na casa, conheci muita gente e pudemos trocar experiências. Algumas já foram para casa com seus bebês, mas trocamos telefones e sempre temos notícias. Aqui acabamos nos tornando uma família”, relata a mãe.

Outra mamãe acolhida pela casa é a Aline Matos, de 24 anos, que veio da cidade de Porto – 168 km da capital do Piauí – para realizar o parto do pequeno Isac na Nova Maternidade Dona Evangelina Rosa, após exames detectarem problemas no intestino do bebê. O menino, seu terceiro filho, nasceu no dia 29 de abril e está há 45 dias na UTI.

Apenas com um irmão morando em Teresina, porém sem condições de hospedá-la em sua residência, Aline foi acolhida pela Casa da Gestante, Bebê e Puérpera, onde há pouco mais de um mês e meio troca experiência, alegrias e angústias com as mães que por ali passam.

“Nós recebemos cuidado e apoio desde o motorista aos médicos da maternidade. Quando chegamos tristes, abatidas por alguma notícia meio ruim, recebemos o apoio das outras, que já vêm aconselhar, dar carinho e uma força. Se não fosse a Casa da Gestante, minha situação para ficar na capital era muito difícil, pois a casa do meu irmão é muito pequena e distante da maternidade”, destaca a mãe do pequeno Isac.

A Casa da Gestante proporciona acolhimento, orientação e acompanhamento especializado para gestantes, bebês e puérperas, especialmente para aquelas que residem em municípios mais distantes de Teresina. Estrategicamente localizada a menos de um quilômetro da NMDER, a nova estrutura visa garantir uma melhor integração com a Nova Maternidade.

O local conta com 20 leitos, distribuídos em seis quartos, uma ampla área de convivência, sala, cozinha totalmente equipada, lavanderia, copa, consultório, banheiros e armários.

“Aqui é um local de humanização e acolhimento para as mulheres – do interior do Piauí – que precisam ficar em Teresina, para seus cuidados ou do bebê e que não têm onde ficar. Nós buscamos entender a questão de saúde física e mental de cada uma e buscamos profissionais que possam ajudá-las neste momento tão delicado”, enfatiza a coordenadora Casa da Gestante, Bebê e Puérpera, Luziane Nogueira.