A defesa do ex-tenente do Exército Brasileiro, José Ricardo da Silva Neto , condenado a 37 anos e 4 meses de cadeia pelo feminicídio praticado contra a namorada, a estudante Iarla Lima Barbosa e duas tentativas de homicídio, apresentou ontem (14), ao Tribunal de Justiça do Piauí , os argumentos no recurso contra sua condenação pelo Tribunal Popular do Júrí.
José Ricardo foi julgado pelos crimes de homicídio consumado triplamente qualificado, por motivo fútil e feminicídio contra Iarla Lima e por duplo homicídio tentado qualificado contra a irmã da vítima, Ilana Lima Barbosa, e uma amiga, Josiane Mesquita da Silva.
O recurso do ex-tenente quer um novo julgamento alegando que a decisão dos jurados foi contrária a prova dos autos e pede a desclassificação do duplo homicídio tentado para lesão corporal culposa, pontuando que sua intenção nunca foi atirar contra as vítimas Ilana Lima Barbosa e Josiane Mesquita da Silva e que não existem provas nos autos que fundamentem a intenção de matar.
A petição recursal argumenta que as circunstâncias apresentadas nos autos evidenciam “erro do tipo acidental” ou erro na execução. “Os depoimentos transcritos na sentença de pronúncia não deixam dúvidas de que o Apelante, por acidente no uso dos meios de execução, ao atingir a vítima Iarla Lima Barbosa – pessoa que pretendia ofender – atinge pessoas diversas, quais sejam, as vítimas Ilana Lima Barbosa e Josiane Mesquita da Silva, causando lesões corporais culposas”, diz trecho.
A defesa também alega que houve erro na aplicação da pena.
O recurso do ex-tenente será julgado pela 2ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça.