O Censo Demográfico do IBGE apontou que aproximadamente 20% dos domicílios indígenas no estado não possuem acesso direto à água encanada dentro de suas residências. Em 80,88% dos lares com ao menos uma pessoa indígena, a água chega canalizada até o interior da casa. No entanto, para 9,70% dessas moradias, a água chega apenas até o terreno, sem adentrar a residência, e em 9,42% dos casos, não há qualquer encanamento, obrigando os moradores a buscar água manualmente.

Essa realidade contrasta com o cenário geral dos domicílios piauienses. Enquanto 89,54% das casas no estado possuem água encanada até o interior, apenas 5,79% recebem água canalizada apenas até o terreno e 4,68% não têm qualquer encanamento. Esses números indicam que o percentual de domicílios indígenas sem acesso direto à água é quase o dobro do observado para o total de domicílios do Piauí, ou seja, uma disparidade entre as duas populações.

Quando analisadas as formas de abastecimento de água, 72,74% dos domicílios indígenas recebem água através da rede geral de distribuição, sendo essa a principal forma de acesso.

Outros 15,25% obtêm água de poços, fontes, nascentes ou minas, enquanto 5,07% são atendidos por carros-pipa. Além disso, 3,62% dependem de rios, açudes, córregos, lagos ou igarapés para o abastecimento de água, e 1,7% utilizam água da chuva armazenada.

No total de domicílios do Piauí, 77,07% das moradias são abastecidas pela rede geral de distribuição, enquanto 16,64% contam com poços, fontes, nascentes ou minas como principais fontes de água. O uso de carros-pipa e a captação de água de outras fontes naturais são menos comuns, mas presentes em ambos os casos, o que mostra diferenças nas condições de abastecimento entre domicílios indígenas e não indígenas.