Rodrigo Mendes
O Ministério Público Federal (MPF), através da Procuradoria da República no Município de Parnaíba, está investigando a legalidade da atividade de exploração mineral realizada pela Companhia Agrícola Mineradora e Construtora Icaraí Ltda. em uma área pertencente ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), localizada na região do "Recreio", no município de Buriti dos Lopes. A empresa pertence a Mathias Neto Maia Machado e Castro, sobrinho do senador Marcelo Castro (MDB).
De acordo com uma reportagem publicada no dia 29 de janeiro pela colunista Natália Portinari, do UOL, a Construtora Jurema, pertencente a Humberto Costa e Castro e João Costa e Castro, irmãos do senador, utilizou a área irregularmente a partir de 2008. Posteriormente, a Mineradora Icaraí assumiu os trabalhos no local, também sem autorização legal.
O inquérito civil foi iniciado após uma denúncia recebida pela Sala de Atendimento ao Cidadão e tem como objetivo esclarecer questões relacionadas à autorização para o uso da área, aos possíveis impactos da exploração mineral sobre os moradores locais e à regularidade tanto da cessão quanto da atividade mineral na região.
Entre as ações adotadas, foram enviados ofícios a diversos órgãos, como o Dnocs, a Agência Nacional de Mineração (ANM), a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do Piauí (SEMAR), a Prefeitura de Buriti dos Lopes, o Exército Brasileiro e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI).
Além disso, uma visita foi realizada ao local para avaliar a ocupação por assentamentos de baixa renda, o processo de urbanização da área (incluindo a presença de equipamentos públicos), a data de início dessas ocupações, possíveis disputas de terra e as explosões executadas pela mineradora, além dos impactos dessas ações sobre os moradores da região.
Outro lado
O GP1 tentou entrar em contato com a Mineradora Icaraí e com o senador Marcelo Castro, mas não obteve respostas até o momento. O espaço está aberto para esclarecimentos.
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